Cidades
15/06/2014 07:46:30
Em Jaraguari, cubanos cativam pacientes, mas fogem de entrevistas
Os estrangeiros trabalham oito horas por dia durante a semana, exceto em um dia, no qual fazem aula de pós graduação em Saúde da Família, atividade prevista no contrato
CG News/AB
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No dia-a-dia, os médicos cubanos são extremamente reservados, já dentro \n do consultório tocam nos pacientes, fazem perguntas e ouvem os relatos \n com atenção. É o que garantem os pacientes e a direção da UESF (Unidade \n de Estratégia de Saúde\n da Família), de Jaraguari, distante 44 quilômetros de Campo Grande. Os \n clínicos gerais cubanos, Karelia Collado, 35 anos, e Júlio Enrique \n Infantes, 40 anos, já conquistaram a preferência das famílias da zona \n rural.
Eles olham no olho da gente, diz Raquel Alves, 36 anos, que mora em\n uma fazenda próxima ao município. Esse é o detalhe no atendimento dos \n cubanos, relatado por todos os pacientes, entrevistados\n que aguardavam atendimento na sexta-feira (13). Raquel, que cuida de \n uma horta na fazenda, afirma que não se importa com a polêmica gerada \n com a vinda dos estrangeiros ao Brasil. Acho injusto falarem mal deles,\n porque os médicos brasileiros quase sempre nem olham no rosto da gente,\n então eu acho que deveria até vir mais médicos para cá, argumenta.A\n satisfação dos moradores já chegou até aos ouvidos do farmacêutico da \n drogaria da cidade. No começo, muita gente ficou com o pé atrás, mas \n depois que viram a qualidade do serviço dos cubanos, eles só fazem \n elogios, conta o proprietário da Drogaria Multifarma, Theucir Arantes. A\n diretora da UESF, Adrieli Arantes, relata que muitas pessoas chegam e \n já perguntam se podem ser atendidos pela doutora Karelia. Eles são \n muito tímidos e tem um pouco de dificuldade para compreender o português\n ainda, mas são muito esforçados e fazem um excelente trabalho, afirma.A\n diretora explica que a maioria dos médicos não quer fazer somente o \n atendimento básico na cidade, tampouco morar lá. Geralmente, os médicos \n preferem fazer apenas plantões, porque assim a remuneração é melhor. \n Esse é outro motivo para os cubanos serem tão queridos pela população, \n pois de acordo com Adrieli, eles estão sempre com um sorriso no rosto e \n não reclamam do trabalho, que não inclui plantões, apenas o atendimento \n básico, previsto nos contratos.Os cubanos também fazem visitas \n aos pacientes nas zonas rurais. A simplicidade com a qual abordam os \n pacientes é outro aspecto do bom atendimento, destacado pela professora \n Arlete Gomes. A única coisa que dificulta é que temos que falar bem \n devagar para eles entenderem, mas eles estão se esforçando, diz a \n professora.Os estrangeiros trabalham oito horas por dia durante a semana, exceto em um dia, no qual fazem aula de pós graduação em Saúde da Família, atividade prevista no contrato. Nesse dia de folga, também aproveitam para estudar o idioma em um curso\n online, de acordo com a diretora da unidade de saúde. Eles sempre \n comentam com a gente sobre os exercícios de português e pedem alguma \n ajuda, conta Adrieli.
Interação Os médicos\n moram em duas residências cedidas pelo município. Karelia chegou em \n dezembro e Júlio, no início desse mês. Os vizinhos contam que não vêm \n muito movimento nas casas e ainda não tiveram tempo para conhecer os estrangeiros melhor, mas dizem que os médicos cumprimentam quando estão saindo ou chegando do trabalho.Para interagir com os cubanos, os colegas da unidade de saúde\n tratam de convidá-los para alguns programas de final de semana. Fomos \n para Campo Grande no sábado passado e eles adoraram a cidade. O que mais\n gostaram foi de fazer compras, eles aproveitaram, conta a enfermeira, \n Viviane Albuquerque. Na Capital, o almoço foi na casa do farmacêutico \n Luiz de Oliveira. A doutora Karelia não aceitou o convite da primeira \n vez, mas agora que o outro cubano chegou, ela está menos tímida, afirma\n Luiz.Os contratos dos estrangeiros tem diversas diferenças em \n relação aos dos servidores brasileiros, portanto a todo momento eles se \n preocupam com o que podem e o que não podem fazer, de acordo com \n Adrieli. A diretora da unidade concedeu entrevista à reportagem e \n permitiu que médicos e funcionários fossem entrevistados.A Secretária Municipal de Saúde\n de Jaraguari também autorizou o trabalho da reportagem, mas os médicos \n Karelia e Júlio preferiram não dar entrevistas ou ser fotografados, para\n não infringir normas dos contratos de trabalho. A equipe de reportagem \n entrou em contato, por telefone, com uma dos coordenadores do trabalho \n dos médicos cubanos, Dinaci Ramos, que encaminhou a solicitação de \n autorização para entrevistar os estrangeiros à Organização Pan-Americana\n de Saúde, que não respondeu, até então.
Eles olham no olho da gente, diz Raquel Alves, 36 anos, que mora em\n uma fazenda próxima ao município. Esse é o detalhe no atendimento dos \n cubanos, relatado por todos os pacientes, entrevistados\n que aguardavam atendimento na sexta-feira (13). Raquel, que cuida de \n uma horta na fazenda, afirma que não se importa com a polêmica gerada \n com a vinda dos estrangeiros ao Brasil. Acho injusto falarem mal deles,\n porque os médicos brasileiros quase sempre nem olham no rosto da gente,\n então eu acho que deveria até vir mais médicos para cá, argumenta.A\n satisfação dos moradores já chegou até aos ouvidos do farmacêutico da \n drogaria da cidade. No começo, muita gente ficou com o pé atrás, mas \n depois que viram a qualidade do serviço dos cubanos, eles só fazem \n elogios, conta o proprietário da Drogaria Multifarma, Theucir Arantes. A\n diretora da UESF, Adrieli Arantes, relata que muitas pessoas chegam e \n já perguntam se podem ser atendidos pela doutora Karelia. Eles são \n muito tímidos e tem um pouco de dificuldade para compreender o português\n ainda, mas são muito esforçados e fazem um excelente trabalho, afirma.A\n diretora explica que a maioria dos médicos não quer fazer somente o \n atendimento básico na cidade, tampouco morar lá. Geralmente, os médicos \n preferem fazer apenas plantões, porque assim a remuneração é melhor. \n Esse é outro motivo para os cubanos serem tão queridos pela população, \n pois de acordo com Adrieli, eles estão sempre com um sorriso no rosto e \n não reclamam do trabalho, que não inclui plantões, apenas o atendimento \n básico, previsto nos contratos.Os cubanos também fazem visitas \n aos pacientes nas zonas rurais. A simplicidade com a qual abordam os \n pacientes é outro aspecto do bom atendimento, destacado pela professora \n Arlete Gomes. A única coisa que dificulta é que temos que falar bem \n devagar para eles entenderem, mas eles estão se esforçando, diz a \n professora.Os estrangeiros trabalham oito horas por dia durante a semana, exceto em um dia, no qual fazem aula de pós graduação em Saúde da Família, atividade prevista no contrato. Nesse dia de folga, também aproveitam para estudar o idioma em um curso\n online, de acordo com a diretora da unidade de saúde. Eles sempre \n comentam com a gente sobre os exercícios de português e pedem alguma \n ajuda, conta Adrieli.
Interação Os médicos\n moram em duas residências cedidas pelo município. Karelia chegou em \n dezembro e Júlio, no início desse mês. Os vizinhos contam que não vêm \n muito movimento nas casas e ainda não tiveram tempo para conhecer os estrangeiros melhor, mas dizem que os médicos cumprimentam quando estão saindo ou chegando do trabalho.Para interagir com os cubanos, os colegas da unidade de saúde\n tratam de convidá-los para alguns programas de final de semana. Fomos \n para Campo Grande no sábado passado e eles adoraram a cidade. O que mais\n gostaram foi de fazer compras, eles aproveitaram, conta a enfermeira, \n Viviane Albuquerque. Na Capital, o almoço foi na casa do farmacêutico \n Luiz de Oliveira. A doutora Karelia não aceitou o convite da primeira \n vez, mas agora que o outro cubano chegou, ela está menos tímida, afirma\n Luiz.Os contratos dos estrangeiros tem diversas diferenças em \n relação aos dos servidores brasileiros, portanto a todo momento eles se \n preocupam com o que podem e o que não podem fazer, de acordo com \n Adrieli. A diretora da unidade concedeu entrevista à reportagem e \n permitiu que médicos e funcionários fossem entrevistados.A Secretária Municipal de Saúde\n de Jaraguari também autorizou o trabalho da reportagem, mas os médicos \n Karelia e Júlio preferiram não dar entrevistas ou ser fotografados, para\n não infringir normas dos contratos de trabalho. A equipe de reportagem \n entrou em contato, por telefone, com uma dos coordenadores do trabalho \n dos médicos cubanos, Dinaci Ramos, que encaminhou a solicitação de \n autorização para entrevistar os estrangeiros à Organização Pan-Americana\n de Saúde, que não respondeu, até então.
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