CGN/PCS
ImprimirEm nota sobre a demissão de 21 funcionários por justa causa, a Boibras Indústria e Comércio de Carnes, em São Gabriel do Oeste, a 110 Km de Coxim, afirma que todos foram afastados das atividades da empresa por indisciplina e insubordinação. A justa causa por tais atitudes está prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
“Após a conversa com esses funcionários e diante do flagrante ato de indisciplina, foram desligados da empresa de acordo com o previsto no artigo 482, alínea H da CLT”, cita o comunicado, contando que além da recusa em trabalhar no dia 19 de fevereiro, inclusive parando outros empregados para aderirem ao movimento, tal grupo de trabalhadores já havia se mobilizado anteriormente, nos dias 12 e 16 do mesmo mês.
A insatisfação seria devido à alta carga horária sem pagamento adicional, sem pagamento por atuação em insalubridade, e falta dos depósitos das férias e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Entretanto, conforme o frigorífico, a verdadeira razão seria o pedido de demissão de um ex-funcionário que era líder de produção do setor de abates.
Este teria se oposto “à contratação de um supervisor de produção como seu superior hierárquico”, diz a nota, alegando ainda que as paralisações em 12 e 16 de fevereiro, quando 150 animais deixaram de ser abatidos, “o objetivo era o mesmo, o retorno do líder de produção, que, por coincidência, é parente de alguns dos presentes”.
Sobre as denúncias de falta de pagamentos dos direitos trabalhistas, a extrapolação do período de expediente do trabalho e falta de transporte gratuito ao trabalho, a Boibras afirma que as informações são “inverídicas” e que “todos os nossos colaboradores desfrutam dos intervalos e pausas previstos na legislação, incluindo intervalo para refeição e descanso, e que nenhum deles possui verba salarial em aberto”.
Afirmou ainda a empresa que “adiantamento salarial, saldo de salário e benefícios estão em dia”, além de dizer que “quanto ao transporte coletivo mencionado, trata-se de uma obrigação legal cumprida regularmente, com o devido desconto em folha”.
O frigorífico destacou também que os 21 demitidos não representam nem 4% do efetivo de trabalhadores da planta e por fim, afirmou que “a cultura predominante na empresa, mesmo diante de um cenário econômico desafiador e do processo de Recuperação Judicial, é garantir o recebimento dos salários aos colaboradores e, principalmente, a preservação dos empregos”.