Cidades
08/06/2013 08:14:17
Força Nacional ainda não começou a atuar em Sidrolândia
No entanto a reportagem esteve na Fazenda Buriti até as 18h (19h de Brasília) e constatou que as tropas ainda não haviam chegado ao local.
Agência Brasil/AB
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\n \n Após três dias do anúncio do envio da\n Força Nacional para atuar no conflito entre indígenas e fazendeiros em\n Sidrolândia, em Mato\n Grosso do Sul, as tropas ainda não começaram as ações de\n patrulhamento e policiamento preventivo. O comandante da operação, major Luiz\n Alves, disse à Agência Brasil que os policiais iniciariam o trabalho no\n final da tarde desta sexta-feira (7). No entanto a reportagem esteve na Fazenda\n Buriti até as 18h (19h de Brasília) e constatou que as tropas ainda não haviam\n chegado ao local.\n \n A fazenda foi cenário do conflito que\n resultou na morte do índio terena Oziel Gabriel, no último dia 30, e no\n atentado à bala que feriu o índio Josiel Gabriel Alves, da mesma etnia, na\n última terça-feira (5). A maioria do efetivo estava na cidade de Sidrolândia.\n Policiais da Força Nacional disseram à Agência Brasil que aguardavam o\n retorno do comando, reunido em\n Campo Grande com a Polícia Militar, e que a qualquer momento\n a tropa poderia iniciar as ações em campo. Eles serão distribuídos em cinco pontos de\n bloqueio para controlar o acesso às fazendas e aldeias na área de conflito.\n \n Apesar da ausência do comando do\n efetivo de 110 homens da Força Nacional escalados para intermediar a situação,\n o clima entre índios e fazendeiros é de aparente tranquilidade. Ontem (6) o\n comando se reuniu com lideranças indígenas para explicar a natureza da\n operação. Alves reiterou que a operação é de pacificação e que os homens não\n farão nenhuma operação de reintegração de posse.\n \n Eles\n explicaram o objetivo da reunião para a gente e estamos confiantes de que essa\n ação vai tranquilizar a situação, disse à Agência\n Brasil a liderança indígena Samuel Terena. Os índios aceitaram a\n proposta de que os homens entrem nas áreas por eles ocupadas. Já nas fazendas\n que não estiverem ocupadas, a Força Nacional, a princípio, não entrará.\n \n Hoje\n pela manhã, produtores rurais e indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais\n sem terra fizeram dois protestos em Campo Grande. Os grupos se concentraram em\n trechos diferentes da Avenida Afonso Pena, a principal da cidade. O foco dos\n protestos foram as disputas pela terra. Ambas as manifestações pediam o fim da\n violência no campo.\n \n Sobre\n o caso de Josiel Gabriel Alves, ferido enquanto acompanhava um grupo de cerca\n de 100 índios que tentavam ocupar a Fazenda São Gabriel, propriedade vizinha à\n Fazenda Buriti, Otoniel Terena, irmão de Gabriel e primo de Alves, disse à Agência Brasil que os índios não\n chegaram a entrar na fazenda porque foram recebidos à bala. A assessoria de\n comunicação da Santa Casa de Campo Grande, onde Alves está internado disse que\n a família proibiu a instituição de repassar informações sobre a evolução do\n quadro clínico do indígena, mas confirmou que, embora não corra risco de morrer\n e esteja consciente, ele corre o risco de ficar tetraplégico .\n \n Nesta\n tarde, a assessoria da Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que a\n antropóloga Marta Azevedo não está mais à frente da instituição. Marta deixou o\n cargo alegando problemas de saúde. Primeira mulher a ocupar o cargo, Marta sai\n em meio a uma onda de conflitos indígenas que se acirraram nos últimos dias e\n de mudanças nas regras para demarcação de terras indígenas que enfraqueceram a\n instituição. A antropóloga estava à frente da Funai desde abril de 2012, quando\n substituiu Márcio Meira no comando da instituição. \n \n \n \n \n
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