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Cidades
19/05/2015 06:37:00
Fotógrafo faz ensaio com luzes em movimento em shopping 'fantasma'
Denis Sitta frequentava shopping no ABC que agora está em ruínas. Ele registrou o movimento do corpo de um praticante de 'parkour'.

G1/PCS

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Ensaio com light painting criou efeitos especiais nas ruínas do shopping (Foto: Denis Sitta)

O fotógrafo Denis Sitta, 28 anos, usou os escombros do prédio abandonado do Best Shopping, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para fazer fotografias com a técnica de "light painting" (pintura com luz, em inglês) e criar um efeito inusitado do corpo de um praticante de parkour.

O making off da produção foi registrado em vídeo por Daniel Salles Pascowitch. Apelidado de 'shopping fantasma', o local está em ruínas há 14 anos e será demolido.

Ex-frequentador do shopping na década de 1990, ele disse que quis reviver os tempos de infância e entrar no espaço. "Costuma frequentar o cinema. Resolvi fazer um trabalho autoral com fotografia e escolhi algumas locações. O Best Shopping foi um deles", explicou Sitta.

A ideia, segundo ele, é transformar as fotografias em quadros e fazer uma exposição com asimagens futuramente. "É um trabalho sem fins lucrativos. Quero juntar o material para uma exposição. A técnica de light painting e o parkour permitem uma integração com a arquitetura urbana", disse o fotógrafo.

Para conseguir as imagens, Sitta vestiu o amigo Leandro Fernandes, conhecido como Down e praticante de parkour, com um macacão cheio de luzes led. A roupa lembra os personagens protagonistas da série americana Automan, da década de 1980, e do filme Tron, da mesma década.

Fotógrafo Denis Sitta fez ensaio com atletas de parkour nas ruínas do Best Shopping (Foto: Denis Sitta)
Ensaio com light painting criou efeitos especiais nas ruínas do shopping (Foto: Denis Sitta)
Paredes são iluminadas pelos atletas de parkour no ensaio no Best Shopping (Foto: Denis Sitta)

História do shopping

A estrutura que restou do shopping será demolida em menos de 60 dias, segundo representantes dos proprietários. Fechado desde janeiro de 2001, o Best Shopping tem três pavimentos divididos em 8 mil m² e se tornou uma dor de cabeça para moradores da Chácara Inglesa, bairro nobre da cidade da Grande São Paulo.

Fundado em julho de 1986, o empreendimento chegou a receber média de 5 mil pessoas por semana e até 10 mil aos fins de semana, o que era um marco para a época.

Nos 14 anos em que ficou abandonado, o prédio serviu de casa para moradores de rua, usuários de drogas, para skatistas, pichadores, grafiteiros, praticantes de esportes radicais, como parkour, treinamento militar e há relatos até de rituais macabros.

Best Shopping no início dos anos 2000 e atualmente (no destaque); fachada continua, mas por dentro é só ruína (Foto: João Colovatti/DGABC; Glauco Araújo/G1)

"De 2002 a 2006 o prédio sofreu várias invasões, foi saqueado, furtaram fios elétricos, elevadores e os metais da escada rolante. Teve muita ação da polícia no local para a retirada dessas pessoas. Muitos chegaram a usar o espaço para fazer rituais macabros", disse Zenilson Gurgel, último administrador do Best Shopping, entre os anos de 1996 a 2001.

O tão esperado anúncio da demolição do que sobrou do Best Shopping foi feito pelo advogado do empreendimento, Marco Alexandre. “Assumi o Best Shopping há quatro anos com o objetivo de unificar as 192 matrículas de proprietários das lojas. Para fazer qualquer ação, como a demolição do prédio, é preciso ter até 80% do quórum e chegamos a 92% desses proprietários, mais a massa falida da construtora.”

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