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ImprimirO juiz Roberto Hipólito da Silva Junior, da 2ª Vara de Ivinhema – município a 541 km de Coxim -, aceitou denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra o prefeito Juliano Ferro (PSDB). A ação civil de improbidade administrativa pede a condenação do tucano e a devolução do valor de R$ 307.022,40 aos cofres públicos municipais.
Conforme os autos, denúncia assinada pelo promotor Daniel do Nascimento Britto – e protocolada no dia 11 de junho deste ano na Justiça – aponta que Juliano Ferro estaria se aproveitando de eventos bancados pelo município para se autopromover.
A denúncia cita vários exemplos. Em um deles, o promotor cita a 1ª Festa do Peão para comemorar aniversário de 58 anos do município, em 2021. Na ocasião, o prefeito que também é influencer digital – com mais de 770 mil seguidores só no Instagram – entrou na arena em um veículo, deu cavalinho de pau e, depois, montou num touro B frisa o promotor.
“Desde o primeiro dia do evento, o Requerido agiu como se fosse parte do “show”, chamando toda a atenção para sua pessoa, em flagrante enaltecimento e promoção pessoal”, destaca a denúncia.
Apesar de fotos e links das supostas irregularidades, a defesa de Juliano Ferro declarou nos autos que a denúncia não juntou documentos mínimos necessários “que contivessem os indícios da veracidade” e pediu a rejeição da denúncia.
Dessa forma, o magistrado recebeu a denúncia e mandou intimar a defesa do prefeito para apresentar contestação.
Juliano Ferro foi reeleito com 81,29% dos votos válidos para administrar Ivinhema por mais quatro anos.
À reportagem, Juliano Ferro disse que iria providenciar uma nota sobre o caso. No entanto, até esta publicação, não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
MP recomendou que prefeito evitasse contratar artistas amigos
Um mês antes de ingressar com a ação, o MPMS havia emitido recomendação a Juliano Ferro para não fazer mais contratações de artistas com os quais tenha vínculo profissional ou de amizade sem licitação.
Na ocasião, Ferro confirmou amizade com artistas e disse que iria seguir a recomendação: “Vamos acatar a recomendação. A gente fica feliz, pois a recomendação se deu após o MPMS ter levantado essa questão da denúncia de que estaríamos usando a máquina pública para alavancar nomes e não ter detectado irregularidades”.
Investigado pela PF por ocultação de bens
Juliano Ferro foi citado em depoimento de um investigado à PF (Polícia Federal). Portaria assinada pelo delegado Marcelo Guimarães Mascarenhas, instaurou inquérito de investigação para apurar supostas omissões de bens do candidato.
Assim, o inquérito aponta que o tucano teria posse de dois carros avaliados em R$ 800 mil e não declarados à Justiça Eleitoral no registro de candidatura para o pleito de 2024.
O delegado afirma que existem elementos plausíveis de “posse, propriedade e disponibilidade” dos veículos Silverado e Dodge Ram “tudo em ao menos no corrente ano até a data de 19/08/2024, portanto de em data anterior e também posterior a sua declaração eleitoral de bens”.
Contudo, na declaração de bens à Justiça Eleitoral, o candidato à reeleição listou apenas três veículos. Sendo um Gol de R$ 26 mil, um Uno Mile de R$ 20 mil e uma caminhonete F1000 de R$ 50 mil.
Na época, o prefeito declarou ao Midiamax: “Eu não coloquei a Dodge Ram na minha declaração de bens, porque eu já tinha vendido, eu mexo com a compra e venda de carro há 20 anos. E não coloquei a Silverado que foi comprado da pessoa investigada, porque ela não tem documento liberado, ele falou que ia liberar o documento em dezembro e eu ia pagar ela em janeiro, entendeu? Já dei minha declaração, meu depoimento para Polícia Federal”, disse.