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ImprimirO juiz da 2ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, Luiz Felipe Medeiros Vieira, foi conferir in loco a situação das famílias da Favela Cidade de Deus, e considerou o local com impróprio para moradia. Ao avaliar a área atual, onde residem cerca de 800 famílias, o magistrado apontou o mau cheiro, a distância do lixão e os barracos precários.
Ele e a promotora de Justiça Jaceguara Passos chegaram à favela e conversaram com as famílias. A dupla analisa a área atual e o novo local no Jardim Noroeste, definido pela prefeitura para a transferência dos moradores, para decidir o futuro das famílias.
O problema começou com a abertura de investigação pelo MPE (Ministério Público Estadual), que considera o atual local como perigoso e impróprio para a instalação dos barracos. Em seguida, a situação se agravou com o corte de energia elétrica pela Enersul. Moradores bloquearam a rodovia e até fizeram protesto em frente à Prefeitura para cobrar luz elétrica e moradias dignas.
Na terça-feira, o juiz Luiz Felipe acatou pedido do MPE e suspendeu a remoção das famílias do Bairro Dom Antônio Barbosa para o Jardim Noroeste.
Ao conferir o local na tarde desta quinta-feira, Vieira classificou o cheiro da favela como “insuportável”. Como fica perto do lixão, a Favela Cidade de Deus sofre o impacto do mau cheiro da montanha de lixo. Outro é o risco de acidente, porque os fios de alta tensão ficam próximos dos barracos.
Na conversa com os moradores, Luiz Felipe Medeiros Vieira perguntou se os moradores trabalham. A maioria informou que sobrevive de bicos, já que catam produtos recicláveis no lixão, ou está desempregada. Muitos sobrevivem com a ajuda do Bolsa Família. Entre as crianças, poucas não freqüentam as aulas.
Segundo um dos 12 líderes da favela, Rodrigo Santos, 33, as famílias consideraram uma grande vitória a visita do juiz à Favela Cidade de Deus. Ele tem esperanças de que o magistrado consiga realizar o sonho do grupo, que é obter a casa própria. “É uma vitória o juiz e o Ministério Público saberem da nossa realidade”, argumentou.
Ele defendeu a permanência dos moradores na região, já que ficam perto de creches, escolas e postos de saúde.
Luiz Felipe concluiu a vistoria e partiu para conferir a situação da área no Jardim Noroeste, que chegou a ser ocupada ontem e foi desocupada na noite pela Guarda Municipal. Ele sinalizou que vai cobrar do município uma solução para o problema. “A prefeitura tem responsabilidade de dar moradia digna para as famílias”, ressaltou.