\n \n O consórcio Inspecionar, liderado pela Ivex Inspeção Veicular\n Ltda., empresa sediada em\n Campo Grande, ganhou em dezembro de 2012 a licitação para\n inspeção da poluição automotiva, e com ela um contrato de 20 anos com valor\n estimado de R$ 503 milhões. Para os proprietários de veículos da capital, o\n custo da inspeção será de R$ 67,00 em 2013.\n \n O problema é que a Ivex é desconhecida do mercado de inspeção\n veicular no país, e não existe fisicamente em seu endereço oficial em Campo Grande. \n \n Para localizar a líder do consórcio, embora desconhecida,\n a reportagem do Midiamax procurou os proprietários da Ivex e os supostos\n endereços da empresa, a partir dos registros da empresa na Junta Comercial do\n MS, situada na capital, a também do Serasa.\n \n Além disso, a reportagem contactou as duas outras empresas que\n formam o consórcio Inspecionar – a Otimiza Sistemas Ltda, de Belo Horizonte\n (MG) e Cotran Controle de Transportes, do Rio de Janeiro (RJ). \n \n Como das duas empresas coligadas à Ivex não houve retorno à\n informação solicitada, a reportagem se dirigiu aos endereços onde a empresa\n líder poderia estar localizada, segundo os extratos do seu contrato social,\n fornecidos pela Junta Comercial.\n \n Na Junta há um registro datado de 2003, em nome de Ivex\n Inspeção Veicular, que estaria oficialmente situada na rua Dr. Euler de\n Azevedo, 4.178, Parque dos Laranjais. \n \n Mas rua Dr. Euler o suposto número simplesmente não existe. E os\n vizinhos ao endereço inexistente afirmaram desconhecer a empresa de inspeção\n nas imediações.\n \n Outra busca realizada no Serasa com o CNPJ 05.757.832/0001-80, da\n Ivex Inspeção Veicular, revelou mais dois supostos endereços da empresa na\n capital: Rua José Antônio Pereira, 618 e Avenida Principal Um, nº 1367, Núcleo\n Industrial. \n \n No nº 618 da rua José Antônio existe uma empresa de materiais\n médicos, em nome de Francisco Ilgenfritz, um anestesista, que é o maior\n acionista da Ivex, e que assinou o contrato da inspeção veicular com a\n prefeitura de Campo Grande, no último dia 21 de dezembro. \n \n No mesmo local há uma clínica de cirurgia plástica.\n \n No segundo endereço localizado no Núcleo Industrial, a reportagem\n encontrou a LPX Agroindustrial, uma empresa de subprodutos de abate de bovinos,\n instalada ali com isenção de impostos da prefeitura, em 20 de abril de 2012. \n \n Pelos extratos da Junta Comercial, no mesmo local funcionaria\n outra empresa fundada em 2003, e que originou a Ivex - a Agroquímica Genérica.\n Essa empresa tem o mesmo registro 54200784522 da Ivex, fato que indica uma\n mudança no seu ramo de atuação, passando de fornecedora de produtos químicos\n agrícolas para o setor de inspeção veicular. No entanto, ali funciona hoje a\n LPX, a dos subprodutos bovinos.\n \n Anestesista é sócio da Servan\n \n Além de visitar todos os locais citados, e telefonar buscando\n informações da Ivex, sem que os atendentes e vizinhos confirmassem a existência\n da empresa no endereço oficial, ou em outros relacionados, a reportagem\n procurou Francisco Ilgenfritz, que se tornou acionista majoritário (99%) da\n Ivex no lugar de antigos fundadores.\n \n O anestesista é um dos acionistas da Servan Anestesiologia, que\n responde processo no CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica,\n acusada pelo Ministério Público Federal de formação de cartel no setor. \n \n Na Servan, a secretaria informou que o anestesista estaria\n possivelmente em viagem, mas que iria repassar o telefone da reportagem para\n ele, ou para quem soubesse esclarecer o local de funcionamento da Ivex. A\n informação foi solicitada na última sexta-feira mas, até agora, não houve\n retorno.\n \n \n