\n \n A\n Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente) está\n procurando a mulher que deixou o filho trancado dentro de casa, no bairro\n Concórdia, em meio ao lixo e comidas já apodrecidas. Por cinco dias o menino de\n 6 anos se alimentou apenas com mangas.\n \n O\n caso veio à tona depois que vizinhos perceberam a criança sozinha e acionaram a\n Polícia Militar na manhã do último domingo. Depois de ir até o local, o\n Conselho Tutelar da região Sul informou ao Juizado de plantão sobre a situação\n e o menino foi acolhido em um abrigo.\n \n A\n conselheira tutelar que atendeu a criança, Andréia Almeida Silva conta que\n quando a PM chegou na casa, o menino estava desorientado. “Ele não dizia coisa\n com coisa”. Na casa, os militares confirmaram que o menino comia manga há cinco\n dias e que ainda havia uma bacia com outras frutas e algumas comidas\n apodrecidas em meio a toda sujeira.\n \n A equipe do Conselho Tutelar procurou documentos da criança, para\n saber o nome completo dele, quando localizou a carteira de trabalho da mãe. O\n que chama atenção no caso é que o menino mentiu a idade aos policiais, alegando\n ter 9 anos logo que começaram as perguntas e também o nome da mãe.\n \n A\n carteira de trabalho tinha o nome de Maria de Fátima Ferreira. No entanto, a\n criança forneceu outro nome como o da mãe, mas confirmou que na fotografia “é a\n mamãe”, dizia.\n \n Conforme\n o conselho tutelar, o filho não sabia dizer o que havia acontecido com a mulher\n e só repetia que a mãe tinha ido trabalhar.\n \n A\n edícula onde a criança estava, aparentava, de fora, ser um local habitável.\n Porém, do portão para dentro já se via muito lixo e mato alto. Dentro, os vasos\n entupidos e tudo quanto é tipo de sujeira.\n \n Ainda de acordo com a conselheira, o menino tinha sinais aparentes de\n abandono. Os cabelos tiveram de ser cortados por estarem muito compridos e\n sujos. Na casa só havia um colchão, geladeira, uma poltrona e um ar\n condicionado.\n \n A criança estava muito quieta e parecia ter receio de falar. Em\n entrevista com a psicóloga do Conselho Tutelar, ele disse com naturalidade “não\n é a primeira vez tia, que eu fico sozinho” e em seguida disse que não queria\n falar mais.\n \n Desde\n domingo a criança está num abrigo. O Conselho Tutelar registrou o caso na Depca\n e aguarda contato da mãe ou de familiares para decidir o destino da criança.\n “Era uma situação desumana. Se chegar um familiar que tem condições, vínculo\n com a criança e condições de cuidar mesmo, vamos verificar e ainda saber com a\n mãe o porquê de ele estar naquela situação”, comentou a conselheira.\n \n A\n Polícia faz diligências para localizar a mãe. A mulher e demais testemunhas\n serão ouvidas sobre o descaso com a criança.\n \n \n