Assessoria/AB
ImprimirPara o senhor Valter Francisco Dotto, que recentemente renovou sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS), não há uma data limite. “O idoso sabe de seus limites, do cuidado que ele tem que ter no trânsito e na vida”, afirma.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não determina qual idade às pessoas precisam parar de dirigir e nem a idade máxima para requerer ou renovar a CNH. No caso do usuário Valter, ele acabou de completar 79 anos, no dia 26 de novembro, e tirou sua primeira habilitação no ano de 1968, mas é categórico ao dizer que o preconceito com o idoso que dirige existe. “A gente sabe que muitas vezes a independência do idoso não agrada, você vê que existe preconceito. No meu caso, eu me sinto muito bem, viajo com minha esposa e sei dos meus limites. Acredito que a gente sabe a hora de parar de dirigir ”, ressalta.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado nos últimos anos. No início da década de 1990 (especificamente no ano de 1991) a expectativa era de 66 anos. Atualmente passou a ser de 75 anos de idade. Essa mudança deu-se devido a uma série de avanços como o desenvolvimento econômico, acesso à água tratada, saneamento básico, avanços da medicina e inclusão social.
Além disso, as pessoas idosas passaram a ser mais ativas, buscando qualidade de vida e mais independência no seu dia a dia. Isso fez com que a imagem do idoso em casa lendo jornal, ou participando de jogos de dominós em praças, ficasse no passado.
CNH
Para o médico credenciado do Detran-MS, Silvio Haddad, especialista em medicina do Tráfego, a chegada à terceira idade, por outro lado, exige maior atenção em alguns aspectos, entre eles o trânsito. “Sabemos que à medida que os anos passam as limitações vão aparecendo, dirigir depende de três funções básicas: a cognitiva que envolve o raciocínio, a motora e a sensório perceptiva. E cabe ao médico a avaliação destes fatores na renovação da CNH”, afirma Haddad.
No exame médico é avaliado também se o condutor poderá dirigir em horários especiais, após o pôr-do-sol, por exemplo. Outra medida importante a ser destacada é que a partir dos 65 anos o período para renovação é reduzido de 5 para 3 anos; mas independentemente disso, o médico, ante às condições físicas do condutor, pode estabelecer prazos inferiores para novos exames. Em alguns casos, o perito pode solicitar a realização de exames mais específicos com especialistas ou encaminhar o usuário para ser avaliado por uma junta médica.
Haddad afirma ainda que na maioria das vezes o idoso sabe o momento de parar de dirigir: “temos alguns casos que a família interfere, mas muitas vezes o próprio idoso já tem a percepção das suas necessidades, das suas barreiras”.
Idosos Habilitados
Dados do Detran-MS apontam que no Estado temos 119.513 condutores de 56 a 65 anos de idade, sendo 86.341 homens e 33.172 mulheres. Com mais de 65 anos 95.864, sendo 78.525 homens e 17.339 mulheres. Destes, 752 podem pilotar motocicletas, 61.557 estão habilitados na categoria B, destinada a automóveis de passeio. Além disso, existem aqueles que estão aptos para conduzirem veículos maiores, como caminhão e ônibus, sendo 23.966 para categoria C, 8.176 na categoria D e 1.427 na categoria E.