Correio do Estado/AB
ImprimirFamília de uma estudante de 20 anos acusa equipe médica do Hospital Regional de Ponta Porã de esperar tempo excessivo para que a jovem, gestante de um menino, tivesse parto normal, o que resultou na morte do bebê.
A secretária, de 42 anos, contou que sua filha estava na primeira gestação e fez o pré-natal corretamente. Ela teve sangramento na última quarta-feira (14), procurou o hospital, foi internada e recebeu alta médica na sexta (16).
De acordo com a família, foi pedido encaminhamento da gestante para hospital de Dourados, mas a transferência não foi autorizada. No sábado ela sentiu algumas dores, que se tornaram intensas no domingo, ocasião em que foi novamente internada.
“O batimento do bebê estava a 140 e ele estava com três quilos e seis gramas, pronto para nascer porque estava com 36 semanas. O médico falou para deixar minha filha internada tomando remédio para dor que na segunda-feira faria ultra-som. Na segunda não tinha mais batimento”, relatou a secretária, emocionada no velório do neto.
Outra reclamação da família é com relação ao fato de que o bebê, já morto, só foi retirado do corpo da mãe, por parto normal, às 15h30min de terça-feira (20). A justificativa é de que não poderia ser feita cesariana por conta do risco de contaminação.
A secretária disse que com relação a morte da criança, médicos disseram que “acontece”.
“Como que acontece se a gente levou minha filha para o hospital para salvar a criança e eles matam? A gente confia, entrega nas mãos dos médicos e eles fazem isso, demoram muito, esperam para que o parto seja normal. Não queremos que aconteça com outra pessoa”, desabafou a avó do bebê.
A secretária disse que os enfermeiros são dedicados, mas a família pretende processar a equipe médica. O caso foi registrado como morte a esclarecer e será apurado pela Polícia Civil.
“Faz tempo que o bebê estava pedindo para nascer. Ele nasceu perfeito, com 51 centímetros e 3 quilos. Agora meu neto está aqui morto e o que podemos fazer é enterrar”, lamentou, comentando que o quarto da criança estava pronto para recebê-la.