CG News/AB
ImprimirO número de mulheres assassinadas até setembro deste ano pode chegar a 50% a mais, se comparado com os homicídios que ocorreram durante todo o ano de 2013. De acordo com a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) oito homicídios ocorreram até hoje (8) na Capital, sem contar com a morte de Rosângela Ferreira, 48 anos, que pode ter ocorrido pela agressão do marido na noite de quinta-feira (4).
Em 2013 foram registrados somente seis mortes em Campo Grande. As notificações também aumentaram, conforme dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). Este ano foram 922 casos, no mesmo período do ano passado foram registrados 809.
Conforme a delegada adjunta da Deam, Marília de Brito Martins, a violência sempre existiu, porém tem ficado mais evidente por conta das leis que protegem a mulher. “Antes a mulher apanhava e continuava em casa, agora a Lei Maria da Penha tem fortalecido a mulher”, explicou.
O crescimento de homicídios é preocupante, de acordo com a delegada, por que “destrói famílias e devem ser tratados com gravidade”. A maioria dos assassinatos são causados por namorados, maridos, companheiros, ou seja, alguém que tenha uma ligação afetiva com a vítima.
“Geralmente a pessoa não aceita a separação ou que ela tenha outro relacionamento. Existem indivíduos que ainda não sabem lidar”, revelou a delegada. A independência da mulher também tem sido a causa dos assassinatos, por que “alguns homens tem dificuldade de aceitar”.
A delegada alertou as mulheres sobre a tolerância com a violência. “Tem que denunciar no primeiro momento, não tolerar os atos de violência. Procurar uma delegacia e demonstrar que não será mais agredida”, reforçou Marília.
Rosângela foi uma das mulheres que não aceitou denunciar o companheiro, que agora é investigado pela morte da esposa. De acordo com a filha, Maria Cristiana Ferreira dos Santos, 28, a mãe já teria afirmado que teria sido agredida por Jorge, o marido, mas não quis se separar ou denunciá-lo.
A filha contou que a mãe foi internada na Santa Casa com fortes dores e sofrendo convulsões. Rosângela alegou que os machucados teriam sido causados por uma queda, mas o médico plantonista suspeitou que o ferimento causado em sua cabeça seria por espancamento, sendo que não havia corte ou ralado na região.