CG News/AB
ImprimirQuatro agentes da Polícia Nacional do Paraguai, acusados de sequestrar e extorquir turistas brasileiros na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, ao lado de Ponta Porã, foram destituídos do cargo e responderão pelos crimes na justiça policial daquele país.
De acordo com o site Porã News, os policiais são o inspetor Mario Huerta Noden, o suboficial major Jorge Ruben Rivas, o suboficial- primeiro Romualdo Villalba e o suboficial primeiro Ronys Lezcano. Eles foram colocados à disposição da Chefatura de Polícia que investiga o caso.
Os policiais paraguaios teriam sequestrado quatro paulistas, que estavam em Pedro Juan Caballero para fazer compras, e exigiram pagamento de propina.
De acordo com o chefe de Polícia do Departamento de Amambay (equivalente a Estado), comissário Leôncio Gimenez Ozuna, nesta segunda-feira (25) ele foi comunicado que todos os envolvidos no esquema foram identificados e postos à disposição da chefatura, que iniciou uma “investigação rigorosa”.
Autoridades e comerciantes de Pedro Juan Caballero marcaram para esta terça-feira (26) uma reunião com os principais chefes da Polícia Nacional e vereadores da cidade paraguaia, para impedir que ações semelhantes voltem a acontecer. Eles vão pedir “condenação exemplar” dos envolvidos.
De acordo com os escalões superiores da polícia paraguaia, o chefe imediato dos policiais envolvidos teria se explicado, afirmando que que um dos brasileiros vítimas da extorsão tinha passagens por tráfico de armas. Entretanto, a informação foi desmentida, já que a pessoa citada tinha passagem por porte ilegal de arma, crime pelo qual já tinha cumprido a pena imposta pela justiça brasileira.
A denúncia – Na sexta-feira (22), um dos turistas postou um vídeo em rede social denunciando a ação dos policiais paraguaios contra ele e outros três amigos. Ele contou que foram abordados e os policiais alegaram que um dos ocupantes do veículo se encontrava em situação irregular. Todos foram conduzidos até uma delegacia de Pedro Juan, onde os policiais teriam dito que poderiam “dar um jeitinho” para todos saírem livremente.
Segundo a denúncia, o “jeitinho” seria o pagamento de R$ 5 mil. Como os brasileiros informaram que não tinham esse montante, o valor foi reduzido para R$ 2 mil. Como se negaram a pagar, os quatro turistas foram conduzidos às celas da delegacia e obrigados a ficarem sem roupas. Horas depois eles concordaram em pagar a propina e foram liberados.
O caso foi divulgado na mídia local e o senador paraguaio Roberto Ramon Acevedo, do Partido Liberal, cobrou punição aos policiais. Segundo ele, Pedro Juan Caballero vive do turismo de compras e a ação dos policiais não pode manchar o nome de um país e de uma instituição policial.