CGNews/LD
ImprimirEm sintonia com a meta do governo em promover uma gestão humanizada, a superintendente de Assistência Socioeducativa do estado, Carmem Lígia Loureiro Carmello, aposta na valorização dos servidores que trabalham nas Uneis (Unidades Educacionais de Internação) e prevê curso de defesa pessoal para os agentes, que estão na linha de frente na lida com os infratores.
Segundo ela, trata-se de uma ação preventiva, principalmente para momentos de conflito, como rebeliões e tentativas de fuga. “Não é pelo lado da violência. É uma segurança para que possamos atuar de forma mais tranqüila frente a esses adolescentes. É uma ação tanto para proteger o servidor como para a proteção do próprio adolescente. Nós vemos o sofrimento do servidor para chegar perto desse adolescente. Queremos fazer essas intervenções sem machucar e sem sermos machucados”, explica.
A ideia, segundo a superintendente, é firmar parceria com o BPChoque (Batalhão de Choque da Polícia Militar). Ela está aguardando o major Marcos Paulo, comandante da corporação, retornar das férias para falar com ele a respeito do assunto. “Só gostaria de deixar claro que é uma forma de atuarmos de forma mais tranqüila, principalmente a pessoa que está li para arriscar a própria vida”, relata.
Os demais servidores do sistema socioeducativo não irão ficar de fora das ações do órgão. “Vamos olhar todas as funções e dar condições para que estejam mais equipadas por meio de cursos de capacitação. Vai ser uma gestão extremamente humanizada e dentro da lei”, afirma Carmem Lígia.
Ela diz ainda que espera o resultado da radiografia do funcionalismo público estadual que está sendo feito em todas as áreas do governo para saber qual o déficit dentro da área de atuação da superintendência. “Estaremos fazendo um estudo para abrir concurso. O último que teve não preencheu todas as vagas”, relata.
Com relação aos adolescentes, Carmem Lígia diz que já foi assinada parceria com A Semj (Secretaria Municipal da Juventude) para a promoção de atividades lúdicas com os adolescentes internados. “Vai ser uma questão mais para o lazer”, explica.
“Vamos estar focados também nessa questão pedagógica e dar ênfase para que esses adolescentes tenham condições de sair com cursos preparatórios para o trabalho. Infelizmente a própria sociedade discrimina esses meninos e meninas. É um trabalho árduo fazer com que esses jovens tenham um horizonte diferenciado perante a vida. Muitos vão para esse lado contrário à lei por não ter uma educação qualificada”, comenta.
Outro ponto a ser trabalhado, segundo ela, é com relação à Unei Dom Bosco, na Capital, que tem sido palco de rebeliões e fugas em massa. “Vamos tentar tirar a questão da emblemática dessa Unei. Temos as dificuldades, mas também qualidades do local”, diz.
Currículo – Carmem Lígia é psicóloga e orgulha-se em ser funcionária de carreira do sistema socioeducativo do estado tendo atuado por 15 anos nessa área, sendo sete especificamente na Unei Feminina Estrela da Manhã e o restante em todas as demais unidades.
“Na verdade, hoje eu não estou aqui como psicóloga. Estou por todos os servidores que estão dentro de suas funções. Eu tenho um pedacinho deles dentro de mim. Vou olhar para todos os funcionários públicos”, diz.
Atualmente o sistema em Mato Grosso do Sul, segundo ela, tem 250 adolescentes internos divididos em dez unidades: uma em Ponta Porã, duas em Dourados, duas em Corumbá, quatro em Campo Grande e uma em Três Lagoas, cidade que está na expectativa de inaugurar uma nova Unei que irá aumentar o número de vagas no sistema.