CE/PCS
ImprimirDepois da cheia histórica que atingiu 10,45 metros, o rio Aquidauana começou a baixar. Porém, entre às 22 horas de ontem e as 10 horas desta manhã, a água desceu apenas três centímetros, de 9,25 metros para 9,22 metros. Mesmo assim, segundo Márvio Ravaglia, diretor da Defesa Civil do município, ribeirinhos já foram autorizados a voltar para a casa em regiões que não estão mais alagadas.
O saldo em Aquidauana é de 50 famílias desabrigadas, com 153 pessoas alojadas nos três abrigos do município. Na vizinha Anastácio foram 22 famílias desalojadas. Mário explica que a partir da tarde, moradores poderão voltar para fazer a limpeza de suas casa e, caso o cenário se mantenha estável, poderão voltar. "O rio se estabilizou de certa forma, mas o mais importante é que não subiu", disse.
A decisão de retorno foi anunciada há pouco, durante reunião no gabinete do prefeito Odilon Ribeiro, que contou com a presença da Defesa Civil, Secretaria de Assistência Social, e outros órgãos envolvidos no atendimento. Foi decidido que cada família receberá um kit de limpeza para higienização do imóvel.
O coordenador do abrigo deverá ser avisado que o imóvel já está limpo e pronto para receber a mudança. A Vigilância Sanitária e Controle de Vetores farão a vistoria do imóvel para liberação. Junto do coordenador do abrigo, a família agendará a mudança com a Secretaria de Obras. Cada família receberá uma cesta básica contendo alimentos.
Ontem, durante visita aos locais de enchente, o governador Reinaldo Azambuja anunciou liberação de recursos para as duas cidades afetadas. Aquidauana receberá R$ 500 mil e Anastácio R$ 300 mil, verba destinada para aplicação em saúde. Além disso, o Estado vai ceder também maquinários e combustíveis para limpeza e manutenção das vias. Hoje, o ministro Carlos Marun estará na cidade para avaliar a situação e tratar da liberação de mais fundos.
MIRANDA
Com nível de 7,15 metros, o Rio Miranda está acima da cota de emergência e ribeirinhos são retirados de suas casas pela manhã desta sexta-feira (23). De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Amarildo Argueiro, duas famílias foram removidas das margens do curso d’água. A perspectiva é de que mais ribeirinhos sejam resgatados durante o dia.
“O rio está enchendo muito, mas alguns estão resistindo e não querem deixar suas casas. Estão suspendendo os móveis”, detalha Argueiro.
Na quinta (22), a Sala de Situação do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) emitiu Aviso de Evento Crítico, alertando para o risco iminente de alagamentos com potencial para provocar danos materiais e risco de vida em Miranda. O nível do rio começou a semana em 6,02 metros, na segunda-feira (19), e alcançou 6,87 metros na tarde de ontem.
O Imasul alega que o acumulado das chuvas na cabeceira da bacia foi de 217 milímetros nas últimas 48 horas. Na tarde de ontem, a Plataforma de Coleta de Dados (PCD) da Estrada MT-738, localizada a montante do rio, no km 21, chegou a 10,64 metros - maior valor da série histórica. O instituto afirma ainda que o nível segue em ascensão.
Segundo o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Isaías Bittencourt, o número de famílias desabrigadas em Miranda deve ser menor, quando comparado com as 153 pessoas de Aquidauana e Anastácio que precisaram deixar suas casas devido à cheia do Rio Aquidauana.
“Também não há nenhum alerta de chuvas para o Estado, por enquanto. Hoje, Mato Grosso do Sul está limpo de nuvens, segundo o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres [Cenad]. Os rios estão cheios por causa das chuvas de dias atrás”, garante.
COXIM
Por outro lado, a cidade de Coxim começa a se precaver contra possível transbordamento do Rio Taquari. Conforme Bittencourt, o nível do curso d’água segue em cota de alerta, com 4,11 metros. A cota de emergência é de 5 metros.
O Rio Taquari vem oscilando durante a semana. Alcançou 4,35 metros na segunda-feira (19), e baixou para 4,15 metros no dia seguinte. Na quarta (21), ascendeu para 4,44 metros.