Da redação/PCS
ImprimirPreservar os recursos hídricos é motivo de estudo e preocupação em todo o mundo, e em Mato Grosso do Sul não é diferente. Apesar do estado não ter perspectiva de sofrer crises de abastecimento como em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, muitos acadêmicos têm escolhido o tema para fazer suas pesquisas, e a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) tem sido parceira nestes estudos, além de intensificar cada vez mais o trabalho para reduzir as perdas físicas em sua rede de abastecimento de água e realizar ações de conscientização da população para o uso racional dos recursos hídricos.
Neste sentido, o engenheiro da Sanesul e especialista em recursos hídricos, Victor Dib Yasbek Filho recebeu nesta terça-feira (12), na sede da empresa, as acadêmicas do 3º semestre do curso de administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Camila Lacerda, Thais Watabe, Princia Lacerda e Marina Cetenatti, para explicar as estratégias da Sanesul a fim de preservar os recursos hídricos do estado, tema do Trabalho de Conclusão de Curso das estudantes.
De acordo com Victor, a Sanesul tem investido cada vez mais em tecnologia para combater as perdas na rede de abastecimento, ocasionadas tanto por vazamentos quanto por ligações clandestinas de água, os chamados "gatos".
"Estamos combatendo as perdas trocando os hidrômetros antigos por novos, mais modernos. Hoje 85% dos hidrômetros da Sanesul tem menos de cinco anos. Estamos trabalhando com hastes de escuta para detectar vazamentos subterrâneos, substituindo as tubulações antigas e colocando válvulas redutoras de pressão para evitar que uma grande vazão estoure canos", explicou.
O engenheiro destacou ainda o trabalho da Sanesul na educação e conscientização da população. "Temos um setor especialmente para realizar ações educativas. A educação é fundamental. As pessoas têm que se conscientizar, por exemplo, que não devem lavar calçadas com mangueiras, deixar a torneira aberta enquanto não estão utilizando e ficar atentas aos vazamentos nas suas casas", completou.
"Aprendemos muitas coisas sobre como funciona os sistemas de abastecimento de água que não sabíamos e vai nos ajudar muito em nosso trabalho", afirmou a acadêmica Camila.
Telemetria
Além de todas as medidas explicitadas por Victor Yasbek às acadêmicas, a Sanesul também trabalha com sistema de telemetria, que realiza em tempo real a automação, monitoramento e controle de reservatórios e elevatórias de água via rádio.
A telemetria permite monitorar em tempo real o funcionamento de estações elevatórias, reservatórios, medidores de vazão e demais dispositivos elétricos e hidráulicos do sistema, e ainda armazena e apresenta dados históricos sobre a qualidade do abastecimento e alarma vazamentos, falhas de operação, falhas de equipamentos, valores anormais de níveis, pressões e vazões. Com isso, a Sanesul previne e minimiza perdas garantindo a qualidade dos serviços prestados.
Em Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá os sistemas de telemetria já estão implantados e em funcionamento. O objetivo da Sanesul é expandir o sistema para todas as dez gerências regionais da empresa.
Recursos Hídricos
Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. Destes, 97,5% está nos mares e oceanos, ou seja, água salgada e 2,5% deste volume é de água doce. Mais de 2/3 da água doce encontra-se nas calotas polares, geleiras e no cume das montanhas (68,9%); quase todo o restante (29,9%) são águas subterrâneas. Sobram 0,9% nos pântanos e apenas 0,3% nos rios e lagos. Destes 0,3%, 70% se destina à irrigação na agricultura, 20% à indústria e restam apenas 10% destes 0,3%, para uso humano e dessedentação dos animais.