Domingo, 8 de Junho de 2025
Cidades
26/05/2012 09:31:59
Sites negociam linha de ônibus por R$ 150 mil na capital
O negócio, oferecido em sites de compra e venda, inclui os veículos e as credenciais para colocá-los nas ruas da capital. O investimento médio é de R$ 150 mil, que, segundo os vendedores, pode ser recuperado em até 36 meses.

Estadão/PCS

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\n \n O Ministério Público Estadual abriu investigação para apurar a venda ilegal\n de linhas urbanas de ônibus e micro-ônibus de São Paulo pela internet. O\n negócio, oferecido em sites de compra e venda, inclui os veículos e as\n credenciais para colocá-los nas ruas da capital. O investimento médio é de R$\n 150 mil, que, segundo os vendedores, pode ser recuperado em até 36 meses. \n \n Em uma das ofertas, cinco ônibus da empresa Novo Horizonte, integrante do\n Consórcio Leste 4 - grupo que tem concessão de linhas em bairros da zona leste\n -, são vendidos individualmente ou em cotas. O anúncio diz que o negócio rende\n R$ 2 mil por mês. "O proprietário não precisa fazer nada, apenas ter a linha\n lá, estar com a documentação em dia e aguardar os depósitos que acontecem\n regularmente", diz o classificado.\n \n Os veículos foram colocados à venda no dia 18 de maio, pela WFabrill, que\n presta serviços de limpeza às garagens. Dois deles foram fabricados em 2003 e,\n por isso, só podem rodar até o fim de 2013, uma vez que a Prefeitura não aceita\n no sistema veículos com mais de dez anos. Após a divulgação do processo aberto\n pela Promotoria do Patrimônio Público, a empresa declarou que a propaganda foi\n um "equívoco da equipe de marketing".\n \n Antes, porém, funcionários chegaram a detalhar a venda aos internautas\n interessados. Em uma das conversas registradas pelo site Mercado Livre, a\n equipe da WFabrill dá detalhes dos custos com manutenção e garagem e alerta que\n os carros mais antigos não poderão rodar por muito tempo. Mas ressalta que o\n produto oferecido inclui a concessão da linha. "E sem a concessão não se\n pode rodar com carro algum", alerta.\n \n Pela cidade\n \n Em outro anúncio, dessa vez envolvendo um ônibus que roda na zona norte, o\n preço da linha é negociado de forma independente. O vendedor afirma que o\n veículo, fabricado em 2007, custa R$ 85 mil e a concessão da linha sai por R$\n 80 mil. Quando se trata de micro-ônibus, a venda do veículo é permitida, mas\n não a permissão.\n \n Coordenado pela São Paulo Transportes (SPTrans), o sistema é dividido em\n duas modalidades: a concessão de linhas de ônibus de médio e de grande portes\n nas áreas mais centrais e a permissão de linhas de micro-ônibus em zonas periféricas.\n Em ambos os modelos, as empresas são pagas de acordo com o número de\n passageiros transportados. Ao todo, são 1.347 linhas.\n \n Para o promotor Saad Mazloum, a negociação de linhas concedidas ou\n permitidas é ilegal. "Não se pode vender algo que não é seu. As linhas são\n municipais. Nenhuma empresa ou pessoa pode comercializá-las", diz. Mazloum\n pedirá abertura de inquérito policial por estelionato.\n \n Consórcio\n \n O Consórcio Leste 4 afirmou que desconhece a venda de ônibus pela internet e\n a diretoria da Novo Horizonte disse que a prática é ilegal e inviável, pois os\n veículos anunciados são de propriedade da empresa e estão em uso atualmente. A\n SPTrans, empresa que administra o transporte público na capital, informa que\n são "estritamente proibidas negociações envolvendo linhas de ônibus, pois\n elas são concedidas pelo poder público às operadoras do sistema municipal de\n transporte público". Sobre a venda de veículos, não há proibição, desde\n que os mesmos sejam descaracterizados como integrantes do sistema municipal.
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