\n \n Na noite desta segunda-feira, 2, o chefe do setor de Ortopedia e\n Traumatologia do Hospital Universitário, Nestor Muzzi Ferreira Filho, enviou um\n comunicado oficial informando que o plantão da ortopedia do hospital está com\n atendimento suspenso, por tempo indeterminado. \n \n O comunicado foi feito ao Corpo de Bombeiros, Serviço de\n Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Central Estadual de Vagas, direção\n clínica, direção geral do Hospital Universitário e direção técnica do hospital\n para que não encaminhem pacientes para o plantão da ortopedia e nem recebam, no\n caso dos setores do HU. \n \n A alegação do médico responsável pelo setor é que está faltando\n material ortopédico (perfuradores ósseos). Além disso, estão suspensas as\n cirurgias eletivas de todos os ambulatórios, também pelo mesmo motivo. \n \n Onbsp;diretor técnico da Santa Casa, Luiz Alberto Hirok Kanamura\n disse à reportagem que, na verdade, no Hospital Universitário são atendidos\n casos de pequenos traumas como, por exemplo, fratura de punho e perna. A Santa\n Casa sempre ficou com os pacientes de maior complexidade, além de fazer\n cirurgias eletivas. Com o fechamento do plantão no HU, todos pacientes serão\n automaticamente levados para a Santa Casa. \n \n “Estamos há pelo menos 10 dias sobrecarregados. Fomos pegos de\n surpresa com a suspensão do plantão da ortopedia do HU, justo agora que\n acabamos de contratar médicos para atender este nosso setor”, diz Luiz Kanamura\n ressaltando que se alguma medida não for tomada em auxílio à Santa Casa a\n superlotação será questão de dias. \n \n O diretor técnico da Santa Casa explica que já existe uma fila de\n espera para cirurgias eletivas. Com o provável inchaço de pacientes vindos do\n HU o resultado vai ser um maior tempo de espera. “Não temos profissionais e nem\n sala disponíveis para mais esta demanda. “Paciente com fratura exposta tem que\n ser operado em até seis horas, pois depois disto aumenta o risco de infecção.\n Depois, a prioridade são as crianças, ou seja, infelizmente, aquele idoso que\n caiu e fraturou já não está mais na frente”, explica. \n \n Luiz Kanamura ressalta que, embora já exista a possibilidade de\n sobrecarga, a Santa Casa não pretende criar mecanismos regulatórios. “Todos\n precisam. A população já sofre muito com o sistema de saúde e na medida do\n possível vamos atendendo”, frisa. \n \n Na manhã desta terça foram suspensas as cirurgias eletivas na\n Santa Casa. A decisão não foi por conta da decisão no HU, mas pela demanda já\n existente da própria unidade hospitalar que referência no que diz respeito aos\n pacientes traumatizados. \n \n MPE \n \n Luiz Kanamura adianta que logo que a a direção da Santa casa ficou\n sabendo da decisão no HU mandou um ofício ao Ministério Público Estadual para\n que tome alguma providência para ‘salvar’ o hospital. “Estamos num processo de\n intervenção exatamente por conta do MP, então o órgão tem que dizer o que fazer\n agora. A rede municipal também vai ter que tomar alguma atitude”, defende. \n \n Demanda \n \n De acordo com a Santa Casa, cerca de 70% dos pacientes do setor de\n ortopedia e traumatologia são vítimas de acidente de trânsito. Além disso, nos\n últimos cinco anos aumentou em três vezes o número de acidentes e o perfil do\n paciente mudou: estão com muito mais traumas pelo corpo e isto exige um tempo\n bem maior de internação. \n \n Atualmente os corredores da Santa casa só não estão com pacientes\n porque a direção providenciou uma sala grande para acomodá-los. Oficialmente\n isto significa que não estão internados, mas na urgência e emergência\n aguardando por leitos oficialmente. \n \n \n \n \n