Agência Brasil/LD
ImprimirO Ministério da Saúde decidiu manter este ano a estratégia utilizada em 2013 e em 2014 de busca ativa de casos de hanseníase nas escolas. A previsão é que as ações comecem em agosto em instituições de ensino fundamental da rede pública de municípios considerados endêmicos ou com indicadores sociais que tornem a região mais vulnerável.
Dados preliminares de 2014 indicam que a taxa de detecção da doença no país foi de 12,14 para cada 100 mil habitantes, o que corresponde a 24.612 novos casos no Brasil. Na população menor de 15 anos, foram identificados 1.793 novos casos. A medição, neste caso, é considerada estratégica porque uma criança doente sinaliza que há um adulto não tratado transmitindo hanseníase.
De acordo com a coordenadora-geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério, Rosa Castália, o objetivo da campanha nas escolas é quebrar a cadeia de transmissão da doença, além de detectar ainda casos de verminoses e tracoma – doença inflamatória nos olhos provocada pela bactéria Chlamydia trachomatis. A adesão de municípios à estratégia, segundo ela, passou de 852 em 2013 para 1.944 no ano passado.
Dados do ministério mostram que, na segunda edição da campanha, dos 5,6 milhões de estudantes de 5 a 14 anos que receberam ficha de autoimagem (instrumento utilizado para triagem de sinais e sintomas da hanseníase), 4,1 milhões responderam. Desses, 5,6% foram encaminhados a unidades de saúde. Depois de passarem por exames clínicos, 354 crianças foram diagnosticadas com hanseníase.
A estratégia do governo consiste em identificar pessoas que tiveram contatos com essas crianças, para que elas também sejam examinadas. No ano passado, 73 contatos intradomiciliares foram diagnosticados por meio da busca ativa nas escolas.
Os números mostram ainda que cinco estados responderam por mais de 80% do total de alunos identificados como casos suspeitos de hanseníase ou com diagnóstico confirmado nas unidades de saúde. São eles: Pará, Mato Grosso, Maranhão, Bahia e Pernambuco.