CGN/LD
ImprimirA estiagem atingiu boa parte de Mato Grosso do Sul no mês de maio, informa levantamento do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), divulgado nesta terça-feira (17). Segundo a meteorologia, 38 municípios monitorados registraram volumes de chuva abaixo da média histórica, cenário que contribui para o avanço das condições de seca em diversas regiões do Estado.
De acordo com a análise de precipitação, o maior acumulado foi em Campo Grande, com 84,6 milímetros, volume 4% abaixo da média. Mesmo na Capital, que teve o melhor desempenho, a chuva não atingiu o esperado para o mês.
Os municípios com maiores desvios percentuais foram Cassilândia, onde choveu 76% abaixo da média, além de Caarapó (-67%), Nova Andradina (-64%) e Três Lagoas (-60%).
Além de Campo Grande, os demais municípios que registraram déficit de precipitação são: Aral Moreira, Rio Verde de Mato Grosso, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Miranda, Rochedo, Coxim, Bandeirantes, Sidrolândia, Ivinhema, Ponta Porã, Laguna Carapã, Aquidauana, Bonito, Maracaju, Camapuã, São Gabriel do Oeste, Amambai, Caarapó, Dourados, Sete Quedas, Pedro Gomes, Rio Brilhante, Fátima do Sul, Angélica, Nova Andradina, Itaporã, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Nova Alvorada do Sul, Três Lagoas, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Porto Murtinho e Corumbá.
A redução das chuvas foi mais intensa nas regiões sudoeste, sul e sudeste do Estado, justamente as que apresentam os piores indicadores de seca. Segundo o monitoramento da ANA (Agência Nacional de Águas), houve recuo da seca moderada no sul e da seca fraca no noroeste, mas as condições continuam críticas.
Em relação a temperatura, o mês de maio também foi marcado por extremos meteorológicos. A menor temperatura registrada foi de 0,7°C em Rio Brilhante, no dia 30. Já a maior foi de 35,2°C em Água Clara, no dia 9.
Outro dado relevante foi a umidade relativa do ar, que chegou a 21% em Sonora no dia 21, indicando condição de alerta para tempo seco. Além disso, o município de Iguatemi registrou a maior rajada de vento do mês, com 109 km/h, no dia 28.
Previsão - O relatório também alerta que, além do déficit de chuvas, a previsão para o próximo trimestre (junho, julho e agosto) indica chuvas irregulares e temperaturas acima da média, o que pode agravar ainda mais o cenário de estiagem.
Os modelos climáticos apontam que as temperaturas devem ficar acima da média histórica em todo Mato Grosso do Sul, aumentando o risco de estiagem, queimadas e impactos na produção agrícola.
Em relação às chuvas, a previsão é de irregularidade, com destaque para o extremo noroeste, incluindo parte do Pantanal, onde as precipitações devem ficar abaixo da média, segundo o Cemtec e os modelos da WMO (Organização Meteorológica Mundial).
O monitoramento também mostra que o fenômeno El Niño perdeu força e o clima entrou em fase de neutralidade, o que, segundo os meteorologistas, não significa necessariamente uma melhora nas condições hídricas, já que outros fatores também interferem no comportamento do clima no Estado.