Sexta-Feira, 22 de Novembro de 2024
Ciência e Saúde
01/12/2023 08:51:00
Estigma e falta de informação são os maiores desafios na luta contra o HIV

CE/LD

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Desde os primeiros casos de HIV notificados no início da década de 1980, evoluímos notavelmente no que diz respeito ao conhecimento da doença e às formas de diagnóstico e tratamentos.

Em 2019, de acordo com o Unaids, quase 59% das pessoas vivendo com HIV no mundo tinham cargas virais suprimidas, indicando que ainda temos muitos desafios a serem superados.

As pessoas que vivem com HIV querem ter cada vez mais perspectivas de um futuro com qualidade de vida.

Por isso, nossa atuação precisa ser fortalecida a cada ano, seja investindo em pesquisas e novas terapias para prevenção e tratamento do vírus, seja trabalhando de forma colaborativa com a comunidade, com os profissionais de saúde e com as organizações não governamentais.

Trabalhar de forma colaborativa com associações e grupos que atuam em prol do combate ao HIV e que também auxiliam e acolhem pessoas que convivem ou que acabaram de descobrir o vírus é fundamental, principalmente levando informações relevantes e confiáveis.

Materiais que abordam temas como educação sobre HIV, prevenção e tratamento à doença e qualidade de vida sendo uma pessoa HIV positiva auxiliam àquelas que convivem com essa realidade. Tudo isso é importantes para minimizar o estigma relacionado ao HIV.

E combater o estigma e a desinformação é extremamente primordial para que mais pessoas busquem o diagnóstico e iniciem o tratamento o quanto antes.

Para se ter uma ideia da importância desse combate, é preciso olhar para os números. A última pesquisa do Unaids mostrou que cerca 5,9 milhões de pessoas desconhecem ter o vírus. E muito desse desconhecimento decorre do medo de fazer o teste e receber um diagnóstico positivo.As pessoas precisam se sentir seguras para iniciar e continuar o tratamento.

Essa abordagem é essencial, inclusive, para seguirmos em frente e tentarmos acabar com a epidemia de Aids no mundo.

Por isso, apostamos não só no desenvolvimento de tratamentos cada vez mais inovadores, mas também temos trabalhado com profissionais de saúde e associações de doentes para incentivar a partilha de informação sobre a doença, os diagnósticos e os tratamentos para melhorar a vida dos doentes.

Levamos muito a sério ouvir pessoas que vivem com HIV e escutar os indivíduos em sua rede de apoio. Estamos sempre operando de forma inclusiva, porque precisamos entender o que as pessoas precisam à medida que evoluem em suas jornadas específicas.

Além de ouvir as necessidades dos pacientes e de quem trabalha para eles, apoiamos e investimos em ciência e tecnologia, sempre com o intuito de oferecer terapias inovadoras que aumentem a qualidade de vida, sem perder de vista a simplificação do tratamento. Mesmo no Brasil, temos trabalhado em um modelo colaborativo.

Um exemplo disso é a parceria estratégica para transferência de tecnologia por meio de uma aliança inédita com a Fiocruz para a produção local de antirretrovirais, conferindo maior autonomia ao País e fortalecendo o avanço da ciência.

O Brasil é um mercado estratégico e substancial. O País, referência na oferta terapêutica a pacientes, tem um longo histórico de atuação proativa no combate à doença. Iniciativas locais importantes têm possibilitado excelente acesso a tratamentos antirretrovirais para brasileiros com HIV.

É reconfortante saber que, no Brasil, as pessoas diagnosticadas com o vírus recebem tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados mais recentes do Ministério da Saúde, apresentados no congresso HepatoAids 2023, mostram que aproximadamente 1 milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil e 730 mil pacientes estão sendo tratados com antirretrovirais.

Os esforços e investimentos não podem parar. E o apoio à ciência precisa ser constante. O HIV precisa continuar a ser combatido, assim como o estigma.

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