Sábado, 23 de Novembro de 2024
Ciência e Saúde
13/08/2020 10:49:00
Há quase um mês na UTI em Coxim, caminhoneiro com Coronavírus não tem previsão de alta

Sheila Forato

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Foto: Divulgação/PMC

Dentre todas as preocupações que o Coronavírus (Covid-19) causa às autoridades em saúde, uma delas é a longa permanência numa UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Um desses exemplos está no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim, onde um paciente está internado há 34 dias, sendo 28 num leito de UTI.

O paciente é um caminhoneiro de Ji-Paraná, em Rondônia, que passou mal às margens da BR-163, foi socorrido e trazido para Coxim. Ele deu entrada no Hospital Regional em 10 de julho, quando foi diagnosticado com a doença. O paciente ficou internado seis dias em leito clínico, porém, o quadro agravou e ele teve de ser transferido para a UTI, onde está há 28 dias.

De acordo com o último boletim médico, ainda não há previsão de alta para ele, que está em treinamento pulmonar para retirada da ventilação mecânica. O caminhoneiro se alimenta por sonda, mantendo estímulo via oral. Atualmente, o quadro é definido como estável pela médica que assinou o boletim mais recente, em 12 de agosto.

A preocupação citada no início se dá por pelo menos dois fatores. O primeiro pelas sequelas que uma longa internação, principalmente numa UTI, pode deixar no paciente. A comunidade médica já apontou várias, que vão desde fadiga e falta de ar a sequelas mais graves, como fibrose pulmonar, se fomos restringir os exemplos apenas aos pulmões. Contudo, tem de se considerar outros órgãos, como cérebro, coração, rins e o próprio sistema vascular.

Essas longas internações podem ainda superlotar os leitos para tratamentos intensivos de forma rápida. É o que a gente assiste nas grandes cidades. Na capital sul-mato-grossense, Campo Grande, a preocupação com a taxa elevada de ocupações de leitos de UTI é constante e citada diariamente pelas autoridades em saúde.

Em Coxim as UTIs foram inauguradas em 11 de julho, numa parceria entre o município e o governo Estadual. Desde então, a ocupação máxima foi de 60%, ou seja, três dos cinco leitos chegaram a ser ocupados. No entanto, apenas a internação citada na reportagem está sendo longa. Os outros dois pacientes ocuparam os leitos intensivos por poucos dias.

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