Sábado, 23 de Novembro de 2024
Ciência e Saúde
20/07/2012 11:09:55
Indignada, mãe denuncia maus tratos a renais crônicos de Coxim
O sofrimento de quem não tem os rins em perfeito estado e precisa ser submetido a hemodiálise é pouco perto do que os renais crônicos de Coxim estão passando, relata Marineide Camilo, de 57 anos, mãe de uma paciente.

Sheila Forato

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Ciente dos direitos da filha, Neide exibe uma cartilha (Foto: PC de Souza)
\n O sofrimento de quem não tem os rins em perfeito estado e precisa ser submetido a hemodiálise é pouco perto do que os renais crônicos de Coxim estão passando, relata Marineide Camilo, de 57 anos, mãe de uma paciente. Indignada com o tratamento que a filha, Cleide Cristina Camilo Carneiro, de 36 anos, vem recebendo por parte da secretaria de Saúde, a mãe decidiu procurar a imprensa e denunciar. Chorando, Neide disse que há 12 dias os 18 renais crônicos de Coxim estão sendo transportados para Campo Grande como se fossem “porcos”. Com o veículo destinado a eles quebrado, a secretaria está transportando os renais junto com os outros pacientes. “Somente quem sofre com essa doença sabe das necessidades de um renal crônico, que tem de viajar três vezes por semana para fazer hemodiálise. A minha filha está com o braço cheio de fístula e não pode ser apertada, mas os outros pacientes não entendem e muito menos respeitam”, disse a mãe. Segundo Neide, os renais tem baixa imunidade e estão correndo riscos ao ter contato com pessoas infectadas por diversas doenças. “Imagine se um desses renais pega uma tuberculose, por exemplo”, questionou a mãe. Neide conta ainda que alguns motoristas são despreparados para transportar os renais crônicos. “Na terça-feira minha filha saiu de Coxim numa cadeira de rodas e foi deixada uma rua abaixo de onde seria atendida em Campo Grande. Tive que pegar o dinheiro da minha alimentação para pagar o táxi, pois ela não conseguia andar”, contou a mãe. De acordo com Neide, a gestão do atual secretário [Gilberto Portela de Lima] é a pior desde que sua filha começou a fazer hemodiálise, tratamento que se arrasta há 8 anos. “Já cheguei a ouvir de funcionários da saúde que eles não tem culpa da doença da minha filha”, relatou a mãe sem conter as lágrimas. Para Neide, ninguém tem culpa da doença da filha, mas ela afirma que enquanto tiver vida vai lutar para que Cleide receba um tratamento digno. “Continuo sonhando com o transplante da minha filha, por isso busco forças em Deus para continuar lutando”, disse a mãe. Porém, a vida da família não está sendo fácil. Nem o remédio para manter a filha calcificada a mãe consegue junto à secretaria de Saúde. Conforme Neide, há pelo menos três meses ela tenta o remédio e já chegou a procurar o MPE (Ministério Público Estadual), que pediu providências à Saúde, mas, até o momento, nenhuma foi tomada. O Edição de Notícias tentou contato com o secretário de Saúde, que não atendeu ao celular e retornou com uma mensagem dizendo: “Não posso atender. Mande uma mensagem”. Nossa reportagem enviou uma mensagem solicitando uma posição a respeito do transporte dos renais crônicos. Pouco tempo depois, o gerente de Atenção à Saúde, Saimon Dene Braga Cândido, entrou em contato com o Edição de Notícias, informando que o veículo estava em manutenção, mas, na segunda-feira, dia 23, volta a transportar os renais. Quanto ao medicamento, Cândido disse que já solicitou a compra à prefeitura e que ainda hoje deve ter um posicionamento a respeito.\n \n
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