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ImprimirUm menino de Blumenau de 10 anos escreveu uma cartinha ao Papai Noel com um pedido de ajuda para tratar um câncer. Sensibilizada, a direção da escola em que ele estuda faz uma campanha na internet para arrecadar R$ 110 mil para custear um ano de tratamento, como mostrou o Jornal do Almoço.
“Querido Papai Noel. Oi, meu nome é Gabriel Martinelle da Rosa. Eu queria ganhar uma vacina. Eu tenho câncer. Eu tenho medo de morrer, sei que é muito ruim”, disse o garoto na carta.
Os pedidos ao Papai Noel são feitos há três anos pelas crianças da Escola Pedro II, mas nunca houve um como o do Gabriel. Antes de ser 'entregue' ao Papai Noel, o pedido chegou à assessoria da direção.
“Eu fiquei pensando: ‘O que vou fazer, meu Deus?’, depois de ler a carta de uma criança que está pedindo para viver... Realmente, foi emocionante. Cada vez que eu lia, chorava, fui mostrando para as pessoas e daqui a pouco estava todo mundo chorando. A gente sentou e disse: ‘Vamos ter que fazer alguma coisa’”, contou o assessor escolar Eduardo Fortunato.
No começo deste ano, Gabriel descobriu um tumor na cabeça, atrás dos olhos, que causou a perda parcial da visão. Apesar de ter passado por quimioterapia e radioterapia, o menino não se abalou.
“Eu fiquei normal, porque eu não podia fazer nada na hora, era para o meu melhor. Até que eu fiquei um pouco com medo no começo, mas depois eu fui indo”, disse o menino.
Sem poder passar por uma cirurgia, uma injeção poderia estabilizar o tumor, mas o medicamento custa caro e a família não tem como pagar. Depois de ver o pedido de Gabriel, a direção da escola abriu uma campanha na internet para arrecadar R$ 110 mil necessários para o custeio de um ano de tratamento.
“A vacina vai estabilizar o tumor. Com o tempo, o médico falou que pode até sumir, porque ele vai estar reagindo”, afirmou Viviane Martinelle, mãe de Gabriel.
“A gente nunca viu isso, uma criança de 10 anos pedindo simplesmente para viver. O maior presente de Natal seria a continuidade da vida. Então, a gente não pode deixar de procurar atender esse pedido”, declarou Jadir Booz, diretor da escola.
Além de pedir o tratamento, Gabriel deu outras duas opções ao Papai Noel, bem mais fáceis de serem atendidas.
“Quinze chocolates para minha turma, 16 seria bom pra mim, porque aí uma barra seria minha... e um Playstation, porque às vezes, eu fico com vontade de jogar”, contou.
A Secretaria de Estado da Saúde informou à NSC TV que esse tipo de tratamento costuma ser fornecido por hospitais que são referência em assistência de alta complexidade. Neste caso, o hospital informou que não dispõe da vacina porque não foi repassada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).