O Globo/LD
ImprimirO prefeito Marcelo Crivella nomeou a médica anestesiologista Ana Beatriz Busch para assumir a secretaria municipal de Saúde. A escolha foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, assim como a exoneração do então secretário Marco Antonio de Mattos. No domingo, O GLOBO havia anunciado que Beatriz era a mais cotada para assumir o cargo no lugar de Mattos, que pediu demissão. Com perfil técnico, ela já o substituiu em outras ocasiões, porém, de forma temporária.
Antes de assumir a pasta, Beatriz era subsecretária geral executiva de Saúde, função que ocupava desde o início da administração do prefeito Marcelo Crivella. A médica herda uma secretaria enfraquecida, depois que, na última sexta-feira, um decreto do prefeito colocou quase metade dos recursos da pasta nas mãos do supersecretário da Casa Civil, Paulo Messina (PRB).
BRAÇO DIREITO
Nomeada pelo vereador Carlos Eduardo (SD), primeiro comandante da pasta e irmão de Marco Antonio, Ana Beatriz Busch é médica anestesiologista e servidora concursada da prefeitura do Rio há 20 anos. Com mestrado em Saúde da Mulher e da Criança, e diploma em gestão pela Coppead, ela dirigiu a antiga Maternidade Praça Quinze, o Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto, na Ilha do Governador, e o Hospital Municipal Rocha Maia, em Botafogo. Braço direito dos dois irmãos Mattos, era dela a responsabilidade sobre a secretaria em eventuais ausências ou impedimentos dos titulares. E, nesse um ano e meio na administração municipal, ela exerceu a prerrogativa durante um dos episódios críticos da gestão Crivella. Em agosto passado, durante uma crise que ameaçou fechar 11 clínicas da família na Zona Oeste, coube a Busch resolver o impasse com a OS Iabas, que teve os repasses reduzidos.
SAÍDA CONTURBADA
A crise que culminou na saída de Marco Antonio de Mattos começou em janeiro deste ano, quando Crivella nomeou o ortopedista João Berchmans como subsecretário de Saúde Complementar. Respondendo diretamente ao prefeito, Berchmans foi o responsável pela nomeação de Paula Travassos na subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde, exonerada na última sexta-feira.
A gota d’água para o pedido de demissão foi a criação da chamada “macrofunção de acompanhamento do orçamento e da execução dos serviços da Saúde (Maps)”, órgão subordinado a Messina que, a partir de agora, supervisiona pagamentos às organizações sociais (OS) contratadas para atuar na saúde pública carioca. Além disso, o corte de R$ 800 milhões na pasta também pesou na decisão.
A exoneração do secretário não foi bem recebida pelo prefeito Marcelo Crivella, que tentou convencê-lo a permanecer no cargo. O então secretário começou a manifestar o desejo de se afastar no início do mês e, no último dia 14, comunicou a intenção ao prefeito. Dois dias depois, formalizou o pedido. A confirmação de que não voltaria atrás veio no fim da semana, como antecipou a colunista Berenice Seara, do “Extra.”
Dos 12 secretários que começaram na gestão de Crivella, apenas dois permanecem em seus cargos: Paulo Cesar Amendola, da Ordem Pública, e Nilcemar Nogueira, da Cultura.