Sábado, 23 de Novembro de 2024
Ciência e Saúde
25/03/2013 09:41:59
Médico alerta para riscos de banalização da cirurgia de redução do estômago
A primeira capital do ranking, Macapá, está com índice pouco acima (21,4%).

Midiamax/AB

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\n \n O Ministério da Saúde apresentou um dado alarmante sobre a\n obesidade: Campo Grande é a quinta Capital brasileira com maior número de\n obesos, e concentra 18,1% dos casos, entre os mais de 1,5 milhão do país. A\n primeira capital do ranking, Macapá, está com índice pouco acima (21,4%). \n \n Em meio a um número elevado da população que apresenta sobrepeso,\n a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) aponta que,\n em um ano, o número de cirurgias bariátricas, popularizadas como a “redução de\n estômago”, aumentou 45% em Mato Grosso do Sul. Foram 45 procedimentos\n realizados pelo SUS em 2010 que, no ano seguinte, saltaram para 64. \n \n A SBCBM alerta para a “banalização” do procedimento, que pode ser\n agravado com as novas regras do Ministério da Saúde, que reduz a idade mínima para\n a redução de estômago, de 18 para 16 anos. Também não há mais idade máxima para\n fazer a operação (antes era de 65 anos). Em 2011, ainda, todos os planos de\n saúde particulares passaram a cobrir a cirurgia, por determinação da Agência\n Nacional de Saúde (ANS). \n \n O médico cirurgião da Obesidade e Aparelho Digestivo, Francisco\n Gomes, defende que a cirurgia só pode ser indicada em casos específicos. Com\n vasta experiência, o gastroenterologista foi o primeiro a fazer uma cirurgia de\n redução de estômago, em 2001 e, desde então, já operou mais de mil pacientes no\n Estado. Ele comenta, em entrevista para o Midiamax, os números da obesidade e\n em que situações a cirurgia é recomendada. \n \n Existe mesmo uma banalização da cirurgia de\n redução de estômago? \n \n Não é exatamente que a cirurgia foi banalizada, o que existe é um\n aumento na procura porque, ao mesmo tempo, o número de obesos cresceu bastante,\n principalmente entre os adolescentes. O mesmo acontece com a expectativa de\n vida do brasileiro, por isso mesmo o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima\n e não coloca mais limite de idade. Um paciente de mais de 65 anos que seja\n obeso também tem chances de viver por muito tempo, além de ganhar cerca de dez\n anos a mais de vida quando faz a cirurgia. \n \n E um adolescente menor de 18 anos ou um\n idoso com mais de 65 está psicologicamente preparado para fazer a cirurgia? \n \n Vai depender de cada paciente, por isso é fundamental um\n acompanhamento psicológico. Um jovem de 16, por exemplo, jamais será liberado\n para operar já na primeira consulta. Mas não existem consequências físicas,\n como disfunções metabólicas. Só é preciso, além da liberação do psicólogo,\n verificar se o caso de paciente é mesmo de cirurgia. \n \n E que casos são esses? \n \n Primeiro deve ser indicada a perda de peso sem cirurgia, que é um\n extremo, indicada em último caso. Se esse paciente já tiver feito um\n acompanhamento médico, com uma equipe multidisciplinar, com cardiologista,\n nutricionista, psiquiatra, endocrinologista, e esta equipe confirmar que é\n necessária a cirurgia, fazemos o procedimento. \n \n Outro critério é verificar se o paciente tem algumas doenças\n associadas à obesidade: hipertensão, diabetes, apnéia do sono, problemas\n vasculares, insuficiência venosa. Se esse paciente já tiver feito um\n acompanhamento médico e, mesmo assim, não conseguir emagrecer, aí sim a\n cirurgia é indicada. \n \n Muitos pacientes chegam a ganhar peso para\n poder fazer a cirurgia. Isso é correto? \n \n Esse é um grande absurdo. Primeiro deve ser indicada a perda de\n peso sem cirurgia, como falamos. Faça mais atividades físicas, mude a\n alimentação. Nem todas as pessoas que estão com sobrepeso precisam operar. Só\n as que estão com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40 e não conseguiram\n perder peso em tentativas anteriores. (O índice é calculado com o peso,\n multiplicado pela altura ao quadrado). \n \n \n \n \n
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