Ciência e Saúde
19/04/2014 10:10:03
Médico diz que prefere ter HIV a diabetes e causa polêmica
O artigo tem causado polêmica, mas a intenção não era falar que uma doença é melhor ou pior do que a outra, e sim ressaltar que hoje o vírus da aids já pode ser tratado
Terra/PCS
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\n \n Em uma coluna publicada no site Spectator nesta semana, o médico \n britânico Max Pemberton (pseudônimo jornalístico) afirma que, \n clinicamente falando, ele, como médico, preferiria ter o vírus HIV a ter\n diabetes tipo 2.
O artigo tem causado polêmica, mas a intenção não era \n falar que uma doença é melhor ou pior do que a outra, e sim ressaltar \n que hoje o vírus da aids já pode ser tratado e, tomando-se os devidos \n cuidados, a doença não mais é sinônimo de morte - podendo ser até menos \n danosa do que a diabetes 2, por exemplo.\n \n Para ele, as pessoas são complacentes com a diabetes de uma forma que \n seria considerada "descuidada" com a aids, como se fosse um contratempo \n que pode ser consertado com remédios. "Mas isso está errado", diz ele. \n "Independentemente de como é tratada, a diabetes 2 é uma doença \n progressiva, que resulta em um aumento de remédios ao longo do tempo. Um\n recente estudo australiano mostrou que, depois de 6 anos, 44% dos \n pacientes não respondiam mais ao tratamento oral e precisaram de \n injeções de insulina."nbsp;\n \n Já a aids, por outro lado, exige uma medicação em dose única e fixa, uma\n vez ao dia. Também deve ser tomada para o resto da vida, mas não há o \n incômodo da injeção, ambos os tratamentos têm efeitos colaterais, mas as\n estatísticas no Reino Unido mostram que o HIV não mais reduz a \n expectativa de vida do paciente, enquanto a diabetes tipo 2 pode \n reduzi-la em até 10 anos.\n \n Diabéticos têm 4 vezes mais chances de ter uma doença cardiovascular e \n em até 30% dos casos há danos no funcionamento dos rins. A diabetes \n aumenta os riscos de cegueira, ferimentos e úlceras. A aids, se tratada a\n tempo e corretamente, pode não dar maiores problemas, já que o sistema \n imunológico é mantido em equilíbrio.\n \n Os avanços da medicina e campanhas publicitárias, segundo Pemberton, \n possibilitaram essa mudança no quadro dos pacientes soropositivos. Desde\n que a doença surgiu, há mais de 30 anos, campanhas em massa e bastante \n agressivas fizeram com que as pessoas tivessem medo da aids, que pode de\n fato matar uma grande quantidade de gente em muito pouco tempo. Esse \n medo foi responsável pela "promoção do sexo seguro em uma escala que \n nunca se fez em relação à alimentação saudável contra a diabetes", por \n exemplo.\n \n Na página do Spectator, os comentários de leitores sugerem que o assunto\n é ainda tabu, já que muitos condenaram a posição aberta do médico que, \n segundo eles, encoraja comportamentos "de risco".\n \n Outros, diabéticos, discordam da opinião de Pemberton, já que para eles a\n diabetes não causou conquências tão graves. "As complicações que você \n menciona são resultados de uma diabetes mal controlada", comentou uma \n leitora.\n \n "É o impacto social da condição que afeta o diagnóstico, mais do que o \n aspecto físico. O maior problema de ser diagnosticado com aids é o medo \n de ser rejeitado pela sociedade, e não a doença em si", diz o médico. \n "Se a aids ainda tem o status de uma doença aterrorizante, é devido à \n atitude da sociedade - e não por causa do vírus", finaliza.\n
O artigo tem causado polêmica, mas a intenção não era \n falar que uma doença é melhor ou pior do que a outra, e sim ressaltar \n que hoje o vírus da aids já pode ser tratado e, tomando-se os devidos \n cuidados, a doença não mais é sinônimo de morte - podendo ser até menos \n danosa do que a diabetes 2, por exemplo.\n \n Para ele, as pessoas são complacentes com a diabetes de uma forma que \n seria considerada "descuidada" com a aids, como se fosse um contratempo \n que pode ser consertado com remédios. "Mas isso está errado", diz ele. \n "Independentemente de como é tratada, a diabetes 2 é uma doença \n progressiva, que resulta em um aumento de remédios ao longo do tempo. Um\n recente estudo australiano mostrou que, depois de 6 anos, 44% dos \n pacientes não respondiam mais ao tratamento oral e precisaram de \n injeções de insulina."nbsp;\n \n Já a aids, por outro lado, exige uma medicação em dose única e fixa, uma\n vez ao dia. Também deve ser tomada para o resto da vida, mas não há o \n incômodo da injeção, ambos os tratamentos têm efeitos colaterais, mas as\n estatísticas no Reino Unido mostram que o HIV não mais reduz a \n expectativa de vida do paciente, enquanto a diabetes tipo 2 pode \n reduzi-la em até 10 anos.\n \n Diabéticos têm 4 vezes mais chances de ter uma doença cardiovascular e \n em até 30% dos casos há danos no funcionamento dos rins. A diabetes \n aumenta os riscos de cegueira, ferimentos e úlceras. A aids, se tratada a\n tempo e corretamente, pode não dar maiores problemas, já que o sistema \n imunológico é mantido em equilíbrio.\n \n Os avanços da medicina e campanhas publicitárias, segundo Pemberton, \n possibilitaram essa mudança no quadro dos pacientes soropositivos. Desde\n que a doença surgiu, há mais de 30 anos, campanhas em massa e bastante \n agressivas fizeram com que as pessoas tivessem medo da aids, que pode de\n fato matar uma grande quantidade de gente em muito pouco tempo. Esse \n medo foi responsável pela "promoção do sexo seguro em uma escala que \n nunca se fez em relação à alimentação saudável contra a diabetes", por \n exemplo.\n \n Na página do Spectator, os comentários de leitores sugerem que o assunto\n é ainda tabu, já que muitos condenaram a posição aberta do médico que, \n segundo eles, encoraja comportamentos "de risco".\n \n Outros, diabéticos, discordam da opinião de Pemberton, já que para eles a\n diabetes não causou conquências tão graves. "As complicações que você \n menciona são resultados de uma diabetes mal controlada", comentou uma \n leitora.\n \n "É o impacto social da condição que afeta o diagnóstico, mais do que o \n aspecto físico. O maior problema de ser diagnosticado com aids é o medo \n de ser rejeitado pela sociedade, e não a doença em si", diz o médico. \n "Se a aids ainda tem o status de uma doença aterrorizante, é devido à \n atitude da sociedade - e não por causa do vírus", finaliza.\n
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