\n \n Para fugirem da Lei Seca e não correrem o risco de pagarem multa\n ou até serem presos, muitos jovens estão usando um remédio indicado para\n tratamento de alcoolismo e alterações hepáticas para burlar o bafômetro – o\n metadoxil.
Relatos na internet ajudam a propagar o uso alternativo da droga\n lançada no país em agosto de 2008.\n A medicação, que é composta pelo princípio ativo\n pidolato de piridoxina, tipo de derivado da vitamina B6, tem tarja vermelha e\n deveria ser vendida apenas com receita. Mas, não é isso que demonstram os\n relatos. \n \n A bula diz que o remédio "acelera o metabolismo do álcool,\n aumentando a sua eliminação". O que muitos jovens têm entendido como uma\n forma de burlar o bafômetro. \n \n Entretanto, médicos afirmam que o metadoxil não tem efeito\n comprovado e muito menos pode enganar o aparelho que mede a quantidade de\n álcool no sangue. \n \n O especialista em hepatologia, Ivan Patrícia Reyes explica que a\n Sociedade Brasileira de Hepatologia não reconhece o Metadoxil como medicamento\n realmente efetivo contra os males no fígado causados pelo alcoolismo. “Não tem\n evidência científica que comprove que o medicamento elimina o álcool a ponto de\n anular o efeito e de não ser possível a detecção da alcoolemia através do\n bafômetro”, enfatiza. \n \n Conforme o hepatologista é impossível que a substância metabolize\n tão rapidamente o álcool a ponto de alterar o teste do bafômetro. \n \n O laboratório fabricante do Metadoxil, Baldacci S.A. também nega\n que a medicação possa burlar o bafômetro. Segundo o laboratório, o medicamento\n é indicado para tratamento de situação clínicas específicas e seu efeito não\n anula a concentração do álcool ingerido no sangue ou no ar exalado. Portanto,\n não protege o motorista que ingeriu bebida alcoólica da condição de infrator e\n também não impede a detecção do uso de álcool pelo teste de alcoolemia. \n \n O Baldacci S.A. ainda se posicionou contra a divulgação do uso do\n Metadoxil para esta finalidade. \n \n CRF/MS alerta sobre riscos \n \n O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Mato Grosso do Sul\n (CRF/MS) também alerta para o uso irracional do medicamento. O presidente da\n instituição, Ronaldo Abrão, ressaltou que o uso de medicamento sem indicação\n clínica enbsp;sem o conhecimento do médico pode levar a sérios danos à saúde.\n “Tomar um remedinho sem que esse seja prescrito por um médico pode custar muito\n caro. Mais caro que a multa pelo uso do álcool e mais danoso”, frisou. \n \n (Com informações da assessoria de imprensado CRF/MS)\n \n \n