CGN/PCS
ImprimirMato Grosso do Sul tem cinco casos suspeitos de febre maculosa. Outros dois foram descartados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), sendo de um homem de 29 anos de Ribas do Rio Pardo e de uma idosa de 63 anos, de Campo Grande.
Os outros cinco seguem em investigação pela pasta, um homem de 61 anos de Aquidauana; uma mulher de 48 anos de Figueirão; um idoso de 72 anos de Aparecida do Taboado e um homem de 61 anos de Campo Grande. De acordo com a SES, todos estão em tratamento domiciliar.
Em Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou, na semana passada, que investiga um caso suspeito de febre maculosa no município, a vítima é um menino de 1 ano que está internado em um hospital particular da Capital.
Em resposta ao Campo Grande News, a secretaria disse que a criança permanece internada, em observação, e que o quadro é estável. O exame para comprovar ou descartar a doença está sendo feito no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, referência no diagnóstico da doença. Conforme a Sesau, o resultado deve sair apenas no mês de julho.
A secretaria explicou que a coleta do sangue é feita em duas etapas, com 15 dias de diferença uma da outra e que elas precisam ser mandadas juntas ao instituto. "Acreditamos que deva sair na primeira semana de julho, até os primeiros dez dias. Dependemos da demanda do laboratório, porque provavelmente estão recebendo amostras do Brasil inteiro".
Contágio
De acordo com o doutor em Biologia Molecular e pesquisador da Embrapa, Renato Andreotti, que coordena uma linha de pesquisa relacionada ao controle de carrapatos, no núcleo de Sanidade Animal da Embrapa, as chances de contágio são baixas, mas dada a gravidade da doença e a rapidez da evolução para óbito, é necessário monitorar e controlar a proliferação, que acontece principalmente em áreas com vegetação abundante.
Ele explica que o contágio acontece a partir do contato do ser humano com o carrapato infectado e que, apesar de as capivaras serem o principal receptor em Mato Grosso do Sul, o agente transmissor pode ser encontrado em vários animais silvestres, e, inclusive, em animais domésticos que vivem soltos próximos aos terrenos baldios.
As principais áreas de risco são as matas e os campos. Trabalhadores rurais, turismo rural, moradores de áreas com vegetação abundante são a população mais exposta ao risco de contrair a doença. Crianças e idosos são mais suscetíveis às complicações do contágio.
O núcleo de Sanidade Animal, junto à Semed (Secretaria de Educação do Estado), tem realizado palestras em escolas municipais, alertando para os cuidados com a exposição às áreas de risco e animais possivelmente contaminados.
Sintomas
Os principais sintomas são febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e/ou dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros que inicia nas pernas e chega até os pulmões podendo causar parada respiratória.
Também podem aparecer manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
Prevenção
Usar roupas claras, para ajudar a identificar o carrapato;
Usar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
Evitar andar em locais com grama ou vegetação alta;
Usar repelentes de insetos;
Verificar se você e seus animais de estimação estão com carrapatos.