G1MS/LD
ImprimirDe acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul recebeu do Ministério da Saúde 81.480 comprimidos de um novo medicamento para o tratamento do HIV. Todos foram distribuídos nesta quarta-feira (10) para os Serviços de Assistência Especializada e serão administrados aos pacientes durante o mês de janeiro.
No entanto, a SES ressalta que o medicamento não é de livre demanda. Os pacientes precisam atender a diversos critérios para receber a dose. Ainda assim, quem estiver apto para o novo tratamento vai migrar para o comprimido de dose única aos poucos, junto com a dose fixa (2 comprimidos de lamivudina 150mg associado a 1 comprimido de dolutegravir 50mg).
Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2021, a droga, chamada comercialmente de Dovato, já teve 5,6 milhões de unidades distribuídas em todo o Brasil. A previsão é que 30 milhões de unidades do remédio ainda sejam enviadas ao longo de 2024.
De acordo com o Ministério da Saúde, os pacientes aptos a mudança de terapia deverão ter:
Idade igual ou superior a 50 anos;
Uma adesão regular ao tratamento convencional;
Carga viral menor que 50 cópias (praticamente uma carga viral indetectável);
E ter iniciado a terapia dupla até o dia 30/11/2023.
Ainda segundo a pasta, os critérios para ampliar o público contemplado no novo modelo de tratamento poderão ser revistos em seis meses, observando, por exemplo, a tendência de crescimento das prescrições e a disponibilidade do medicamento em estoque na rede.
Como funciona o medicamento?
Os antirretrovirais dolutegravir e a lamivudina já são oferecidos pelo SUS separadamente aos pacientes com HIV, mas a combinação das drogas em uma única dose representa um avanço, visto que a expectativa é que essa nova opção traga mais facilidade e praticidade para o tratamento.
Com a possibilidade de ingerir apenas uma dose diária e de tomar o medicamento em jejum, a combinação farmaceûtica tem o potencial de melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento.
Em dois estudos, com a participação de 1441 pacientes, foi comprovado que a combinação das duas substâncias ativas encontradas no medicamento é tão eficaz na redução do vírus HIV no sangue quanto a terapia tripla com os medicamentos dolutegravir, tenofovir e emtricitabina.
Além disso, não foram identificados casos de resistência ao tratamento em nenhum dos estudos durante o período de 48 semanas de análise.