Ciência e Saúde
03/07/2013 09:00:00
Para obesos, cirurgia e balão são mais eficazes que remédios para emagrecer
É o que revela pesquisa da Allergan, em parceria com a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), a Anad (Associação Nacional de Assistência ao Diabético) e a Sobed (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva).
Uol/AB
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\n \n Pacientes com obesidade acreditam que a cirurgia bariátrica e o\n balão intragástrico são mais eficazes para emagrecer do que medicamentos, como\n a sibutramina. É o que revela pesquisa da Allergan, em parceria com a Abeso\n (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), a Anad (Associação Nacional\n de Assistência ao Diabético) e a Sobed (Sociedade Brasileira de Endoscopia\n Digestiva). \n \n A pesquisa foi realizada com 1.000 indivíduos acima do peso, com\n idade média de 39 anos, das cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro,\n Goiânia e Salvador para avaliar o conhecimento, motivações e efetividades de\n tratamentos contra a obesidade. \n \n De uma escala de 1\n a 10, a\n cirurgia bariátrica obteve nota de 7,1 e o balão ficou com 5,5, enquanto os\n medicamentos para emagrecer tiveram pontuação de 5,2. \n \n No entanto, o método considerado mais eficaz para perder peso foi\n a atividade física, que recebeu nota média de 8,5, seguida das dietas\n restritivas, que ficou com 7,5. \n \n A grande maioria dos entrevistados já realizou um ou mais\n tratamentos para emagrecer. Dentre eles, os exercícios físicos foram os mais\n mencionados - por 70% dos indivíduos. Outros 56% fizeram dietas restritivas e\n 26% admitiram que já fizeram uso de medicamentos para emagrecer. \n \n Sete meses de dieta\n \n Dentre os que fizeram atividade física, a caminhada foi o\n exercício mais realizado, com 58,4%, seguido de exercícios na academia, com\n 20,1%. O tempo médio dos exercícios foi de 11 meses e, dentre esses pacientes,\n 78% ficaram satisfeitos com os resultados obtidos a longo prazo. \n \n Já entre os adeptos das dietas mais restritivas, a reeducação\n alimentar foi a mais realizada, com média de 29,5%, seguida da dieta do\n carboidrato, com 28,6%, e da sopa, com 13,7%. O tempo médio das dietas foi de\n sete meses. Pouco mais de 57% dos entrevistados se consideraram satisfeitos com\n os resultados obtidos. \n \n Nos pacientes que utilizaram medicamentos para emagrecer, o índice\n de satisfação foi menor, de apenas 46,8%. A sibutramina foi o remédio mais\n utilizado no tratamento, com 42%, seguido por remédios manipulados, com 19,8%.\n A média dos pacientes usou os medicamentos por sete meses. \n \n Além dos tratamentos, a pesquisa também avaliou o conhecimento e\n revelou que poucos entrevistados conheciam o próprio IMC (Índice de Massa\n Corporal), cálculo que classifica se o paciente está com o peso normal,\n sobrepeso ou obesidade. Ao todo, 93,5% não sabiam seu próprio índice. Ao\n realizar o cálculo, a maioria dos entrevistados (64,2%) recebeu a classificação\n de obeso. \n \n Consequência ou causa? \n \n Outro conhecimento que também não está claro para os pacientes é\n de que a obesidade é uma doença crônica. Cinquenta e cinco por cento dos obesos\n acredita que a obesidade é uma consequência de outras doenças. Essa visão dos\n pacientes é questionada por Mario Carra, presidente da Abeso. "A obesidade\n é uma doença crônica e outras enfermidades são causadas pelo excesso de peso, e\n não ao contrário, como os pacientes acreditam", explica. \n \n A pesquisa revelou que 48% dos entrevistados possui algum problema\n de saúde. O mais citado foi a hipertensão (60,1%), seguido de dislipidemia\n (gordura no sangue - 33,4%) e diabetes (21,1%).\n \n O endocrinologista Flado Fraige, presidente da Anad, expressa\n preocupação com os resultados. "Os percentuais de pessoas com doenças como\n hipertensão, dislipidemia e diabetes entre os pesquisados são altos, sendo que\n eles não sabem da relação dos problemas citados com o excesso de peso",\n avalia. \n \n O histórico familiar também foi identificado durante a pesquisa,\n visto que metade dos entrevistados citaram casos de obesidade e sobrepeso na\n família. Em média, os indivíduos já estão acima do peso há seis anos e seis\n meses. \n \n Estresse e ansiedade\n \n Segundo 36,7% dos entrevistados, o que mais influenciou para o\n quadro de sobrepeso foi o estresse. De acordo com a psicóloga Marilice Rubbo de\n Carvalho, especializada em terapia cognitiva comportamental pela USP e em\n transtornos alimentares pela Unifesp, o estresse está ligado à ansiedade e o\n psicólogo é o único profissional que pode auxiliar a encarar melhor as pressões\n do dia a dia. \n \n O trabalho também foi citado como um fator que contribuiu para o\n excesso de peso em 25% dos entrevistados, principalmente dentre os homens,\n seguido de fatores hereditários em 24% dos pacientes analisados. \n \n A autoestima é o que mais sofre impacto na vida de 35% dos\n entrevistados com sobrepeso. Questões relacionadas à saúde também foram citadas\n por 32% e até o relacionamento sofre com o excesso de peso para 17% dos\n indivíduos. \n \n "Os pacientes com obesidade tem prazer em comer, portanto é\n um desafio tirar o alimento, que é um dos poucos prazeres que a pessoa\n tem", destaca Carvalho. A psicóloga explica que no tratamento é preciso\n mapear quando a pessoa come e por quê, para evitar que a pessoa coma por\n compulsão. \n \n \n \n \n
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