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ImprimirForam confirmados em território paraguaio os dois primeiros casos de pacientes com covid-19 infectados pelo chamado “fungo negro”. A infecção causada pelo fungo, chamada de mucormicose, pode levar à morte e causar mutilação de partes do corpo afetada. Médicos relacionam os casos à baixa imunidade de pessoas contagiadas pelo coronavírus.
Na semana passada, 9 mil casos de infecção provocada pelo fungo negro foram registradas na Índia, atual epicentro mundial da covid-19. Segundo especialistas, o fungo não é novidade e sempre foi encontrado naturalmente no ambiente, mas a preocupação é com a infecção provocada em pessoas debilitadas pela covid-19.
Os dois primeiros pacientes paraguaios com o fungo negro foram uma mulher de Coronel Oviedo e um homem da capital Asunción. Os dois têm diabetes. A mulher apresentou infecção na boca e o homem no pulmão. As duas cidades ficam a 394 e 456 km de Ponta Porã (MS), respectivamente.
José Pereira Brunelli, presidente da Sociedade Paraguaia de Microbiologia, disse em entrevista à rádio 780 AM que a mucormicose atinge principalmente diabéticos infectados pelo coronavírus, gerando lesões na mucosa nasal ou bucal e há casos em que os olhos. Segundo ele, o fungo negro não é transmitido de pessoa para pessoa.
Segundo estudo feito em 2017 por acadêmicos de dermatologia do Paraguai, o fungo negro existe há muito tempo naquele país – que tem 1.100 km de fronteira com Mato Grosso do Sul.
Em sua rede social, a dermatologista paraguaia Ana Cláudia Rivas disse que em pessoas com imunidade alta, o fungo não causa qualquer lesão, mas pode ser fatal em pacientes diabéticos, com câncer ou transplantados que usam corticoides.
Segundo ela, o fungo negro passou a ser relacionado com a covid-19 porque muitas pessoas infectadas pelo vírus usam corticoides por tempo prolongado, causando aumento da glicemia e baixa imunidade.