Quarta-Feira, 27 de Novembro de 2024
Ciência e Saúde
04/07/2016 15:33:00
Vacinação contra a pólio é adiada; adolescentes poderão tomar dose

Folha Press/LD

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Esperada geralmente para o mês de agosto, a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite será adiada e também passará por mudanças. Neste ano, a vacina passa a ser indicada apenas para crianças entre seis meses e cinco anos que não tenham tomado até agora todas as doses recomendadas para proteção.

A ideia, assim, é incentivar a atualização da carteira de vacinação, sem fazer com que a vacina oral, a famosa "gotinha", seja aplicada de forma indiscriminada para todas as crianças dessa faixa etária. Antes esperada para agosto, a campanha de mobilização para a vacinação também deve ocorrer a partir da segunda quinzena de setembro. Inicialmente, o Ministério da Saúde informou que o motivo é os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que ocorrem já no próximo mês.

A avaliação é que o evento poderia diminuir a adesão à vacina, além de demandar mais esforços da rede de saúde. A reportagem teve acesso a um documento apresentado pela pasta a secretários de Saúde que, no entanto, afirma que o adiamento ocorreu por problemas de fornecimento e no cronograma do laboratório de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, responsável pelas vacinas.

Questionado, o laboratório nega falta de vacinas e diz que o adiamento ocorre devido a mudanças na produção das vacinas contra a pólio neste ano, conforme nova orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Em nota, o Ministério da Saúde diz que as mudanças na campanha "não prejudicam a imunização da população", uma vez que a poliomielite está erradicada no Brasil desde 1990 e que as doses necessárias para proteção estão garantidas.

A vacina contra a pólio é aplicada em três doses injetáveis, no 2º, 4º e 6º mês de vida do bebê. Em seguida, são indicadas duas doses de reforço da versão oral, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos. Para Renato Kfouri, da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), o modelo anterior da campanha fazia com que muitos recebessem várias doses extras sem necessidade. "Não há muito sentido em fazer uma campanha de vacinação indiscriminada, vacinando quem já está vacinado, só para ter certeza que não falta ninguém".

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