Bem Estar/LD
ImprimirMuito provavelmente você nunca viu uma pessoa com difteria e não conhece alguém que tenha padecido com a rigidez que o tétano causa. Certamente desconhece o terror que é passar a vida com dores, dificuldade ou impossibilidade para andar por causa da paralisia infantil.
O mundo, de fato, mudou graças às vacinas. A qualidade de vida de crianças e adultos melhorou sensivelmente com o controle de muitas doenças infectocontagiosas. Quanto sofrimento pôde ser evitado pela perda de crianças ou adultos com doenças hoje em dia evitadas pelas vacinas.
A varíola não existe mais. A paralisia infantil está no caminho da erradicação. O sarampo voltou pelo nosso descuido em manter as taxas de cobertura vacinal. As doenças evitáveis pelas vacinas estão mais longe da lembrança emocional de todos. Por isso, talvez os efeitos adversos das vacinas – que existem, sem dúvida- chamam mais a atenção e por isso assustam algumas pessoas afastando-as das vacinas.
Alguns fatos, no entanto, merecem ser lembrados:
Em 1974 divulgou-se, na Inglaterra, a suspeita de que a vacina da coqueluche poderia causar doença neurológica. A cobertura vacinal imediatamente despencou de 80% em 1977 para 31% em 1979. Consequência: entre 1977 e 1979 ocorreu uma grande epidemia de coqueluche na Inglaterra, causando 36 óbitos, 5000 internações, 200 casos de pneumonia e 83 convulsões. Aos poucos a confiança na vacina foi se recuperando e a cobertura vacinal voltou a crescer.
Em 1998 correu o mundo que a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola poderia ser causa de autismo em crianças. A cobertura vacinal caiu sensivelmente em vários locais do mundo. Resultado: o sarampo está aí, cada vez mais presente e perigoso em nossas vidas. Vale ressaltar que o autor do estudo, que era totalmente falso, perdeu sua licença para a prática da medicina e a revista eliminou o artigo de sua biblioteca.
A vacina oral contra a paralisia infantil, ou poliomielite, pode ocasionar sequelas em 1 criança a cada 3,5 milhões de doses. Isso é fato apontado pela Organização Mundial de Saúde. Mas também é fato que a doença sequela 1 em cada 350 crianças. Portanto, é indiscutível o benefício da vacina. E é exatamente a vacina Sabin, a gotinha, que está ajudando o mundo a erradicar a poliomielite.
Todas as vacinas podem apresentar efeitos adversos. Uns mais, outros menos importantes. Impossível prever quem vai ter o quê. Mas possível prever que, sem as vacinas, muitas e muitas crianças ou adultos morreriam ou ficariam com sequelas irrecuperáveis.