Midiamax/PCS
ImprimirUm aluno do ensino médio precisou ser socorrido pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) após passar mal enquanto assistia aula na Escola Estadual José Mamede de Aquino, no Jardim Aeroporto, em Campo Grande. A família confirmou à direção da unidade escolar que o adolescente ingeriu energético e fumou narguilé antes de ir à aula.
Depois do ocorrido, escola emitiu orientação aos pais através das redes sociais para conscientizar sobre os riscos dessas combinações.
Na publicação compartilhada nesta segunda-feira (7) no Facebook, a escola estadual, que têm cerca de 930 alunos, informou que o aluno passava muito mal durante a aula e apresentava falta de ar, coração acelerado e excesso de transpiração. Ainda segundo o texto, uma paramédica do SAMU teria contado que socorristas são acionados com frequência para socorrer adolescentes com princípio de ataque cardíaco devido à mistura narguilé-energético.
A diretora da escola, Diana Pilate Onofre, conversou com a reportagem do Jornal Midiamax e contou que é comum ver jovens bebendo e fumando antes de entrar na escola e, apesar do esforço do corpo docente em orientar jovens, muitas vezes o mau exemplo vem de casa.
“É uma prática bastante recorrente entre os alunos. Chamamos muitas vezes os pais aqui na escola para conscientizar, mas muitas vezes não adianta porquê os alunos têm autorização deles para beber e fumar”, disse Diana.
Ainda segundo ela, os estudantes, antes de entrar no pátio da escola, compram garrafas pequenas de energético, que se assemelham a garrafas de refrigerante, e bebem antes da aula. Inclusive, há aqueles que misturam com vodka e fato causa enorme preocupação.
“Eu percebo que eles bebem muito energético. O problema é que não é só um pouco. Se fosse ‘ah, estou muito cansado, vou tomar um energético’, até eu tomo, porque o esgotamento é grande. Mas eu sou adulta, meu organismo é outro. O organismo deles [adolescentes] já tem muita energia, então é desnecessário tomar logo de manhã”, afirmou.
Quando ocorre flagrante fora da escola, a coordenação da unidade aciona a Ronda Escolar e policiais conversam com os adolescentes. No entanto, nada se resolve. Segundo a diretora, muitas vezes os pais postam fotos bebendo e fumando na companhia dos filhos e isso preocupa os educadores.
“O problema é que as famílias são permissivas. Muitos pais vêm com o discurso de que não faz mal, que é só essência, mas aí eu pergunto: se não fizesse mal, porque eu tive que chamar o SAMU para socorrer um aluno? ”, questionou a diretora sobre a combinação.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que responde demandas do SAMU, mas até o fechamento desta matéria, não havia se posicionado.