Quinta-Feira, 26 de Dezembro de 2024
Comportamento
29/10/2022 12:15:00
Cigarros eletrônicos podem ser piores que os convencionais, diz estudo
Cientistas da Universidade de Louisville (UofL) mostraram que os famosos "vapes" podem causar arritmias e disfunções cardíacas

Terra/PCS

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A exposição a cigarros eletrônicos (vapes) pode causar arritmias cardíacas, de acordo com um novo estudo do Instituto Envirome Christina Lee Brown, da Universidade de Louisville (UofL, nos EUA), publicado na Nature na terça-feira (25).

A pesquisa sugere que a exposição a curto prazo aos produtos químicos presentes nos líquidos dentro dos cigarros eletrônicos – os “e-líquidos” – é capaz de promover tanto arritmias quanto disfunções elétricas cardíacas.

Tanto os aerossóis de cigarros eletrônicos, que provém de substâncias como o propilenoglicol sem nicotina e a glicerina vegetal, quanto os e-líquidos de varejo, aromatizados com nicotina, foram testados pelos cientistas. Em todos eles, no experimento com animais a frequência cardíaca diminuiu durante as exposições e acelerou depois, indicando respostas do tipo lutar-ou-fugir, considerada uma reação de estresse agudo típica em bichos.

Até mesmo os sopros de cigarro eletrônico de um e-líquido com sabor de mentol ou de propilenoglicol foram capazes de causar arritmias ventriculares e outras irregularidades no coração.

Em parceria com Daniel Conklin e Aruni Bhatnagar, professores da Divisão de Medicina Ambiental da UofL, o trabalho se soma a várias pesquisas sobre a toxicidade e os impactos dos cigarros eletrônicos relatados pelo Centro de Regulação e Dependência do Tabaco da American Heart Association, entidade para o qual a UofL serve como o principal instituto.

"Os resultados deste estudo são importantes porque fornecem novas evidências de que o uso de cigarros eletrônicos poderia interferir com ritmos cardíacos normais — algo que não sabíamos antes. Isso é altamente preocupante dado o rápido crescimento do uso de cigarros eletrônicos, particularmente entre os jovens", disse Bhatnagar.

Pode ajudar a parar de fumar, mas também pode viciar

A prática do “vaping” expõe os usuários a pouco monóxido de carbono, alcatrão ou nitrosaminas causadores de câncer em comparação com cigarros convencionais. O motivo é por não envolver combustão, justificativa usada por muitos para preferirem o uso. Mas eles podem fornecer aldeídos, partículas e nicotina em níveis comparáveis aos outros tipos de cigarros.

Esse tipo de cigarros pode ajudar fumantes a pararem de fumar cigarros comuns. O apelo e a dependência dos cigarros eletrônicos, no entanto, podem expor jovens a riscos desconhecidos a longo prazo.

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