NM/PCS
ImprimirA sexualidade é uma parte importante da vida humana, independentemente da idade. A médica Ana Viegas, assistente de medicina geral e familiar com competência em geriatria, afirma que a sexualidade na terceira idade pode ser vivida de forma gratificante, apesar dos desafios que podem estar presentes.
“Existem vários mitos sobre a sexualidade na terceira idade que são importantes desconstruir”, diz a médica. “Um mito prevalente é o de que, à medida que as pessoas envelhecem, perdem o desejo sexual e a capacidade de se envolver em atividades sexuais.”
No entanto, a evidência mostra que muitos idosos mantêm tanto o desejo quanto a atividade sexual. “Outro mito é o de que para ter uma vida sexual plena é necessário haver penetração”, afirma Ana Viegas.
Na realidade, a intimidade pode assumir várias formas, incluindo carícias, beijos e outras expressões de afeto. “Um terceiro mito que é importante esclarecer é o relacionado às alterações hormonais durante e após a menopausa, que podem causar desconforto para a atividade sexual na mulher”, diz a médica.
Embora essas mudanças possam, de facto, afetar a vida sexual das mulheres, é fundamental reconhecer que existem estratégias e opções disponíveis para melhorar a qualidade da vida sexual, desde o uso de lubrificantes até a consulta com profissionais de saúde.
Além dos mitos, existem outros desafios que podem interferir com a sexualidade na terceira idade. “Os preconceitos sociais acerca da sexualidade na terceira idade podem inibir discussões abertas e levar à falta de procura de serviços de saúde apropriados”, diz a médica.
As mudanças fisiológicas do envelhecimento e os problemas de saúde mais frequentes no idoso também podem ser uma barreira para uma vida sexual satisfatória. A falta de privacidade é também uma barreira importante, especialmente quando consideramos que muitos idosos partilham o seu espaço com a família alargada ou residem em estruturas residenciais para pessoas idosas, como os lares.
Para manter uma vida sexual ativa e gratificante na terceira idade, é essencial adotar várias precauções e cuidados. “Em primeiro lugar, é fundamental estar ciente da importância do uso do preservativo para a prevenção de ISTs”, diz a médica.
Além disso, é importante manter uma boa comunicação com o parceiro, para que ambos possam compartilhar suas necessidades e desejos sexuais. “Também é importante estar atento às mudanças físicas e psicológicas que podem ocorrer com o envelhecimento, e adaptar a vida sexual às novas necessidades”, afirma Ana Viegas.
“A sexualidade na terceira idade pode ser uma oportunidade de crescimento e exploração”, diz a médica. “À medida que envelhecemos, podemos nos tornar mais confortáveis com nossas próprias corpos e mais abertos a experimentar novas formas de intimidade.”
“A comunicação aberta, a compreensão mútua e a adaptação às mudanças físicas e psicológicas são essenciais para uma vida sexual saudável e gratificante na terceira idade”, conclui Ana Viegas.