NM/PCS
ImprimirA infância de hoje não é como a de antigamente. Repetidas vezes questionamos com essa máxima a velocidade e os excessos de compromissos dos tempos atuais, que não estão restritos apenas a vida adulta e já permeiam a infância.
É necessário criar desde cedo uma rotina de responsabilidades para os pequenos, mas qual o limite divide uma rotina saudável do excesso de compromissos que levarão ao estado de estresse? Para a pediatra Denise Katz, a linha é tênue e é importante que os pais estejam atentos já que esse mal pode trazer riscos para a saúde emocional e física da criança.
“O estresse acontece a partir de reações físicas e psicológicas que causam mudanças químicas no corpo. Elas podem ocorrer tanto a partir de sensações boas como experiências ruins. O excesso de atividades extracurriculares, além de cobrança exageradas e brigas familiares podem não apenas afetar as defesas das crianças como seu comportamento. A infância é composta por anos imprescindíveis para a formação da personalidade e caso ocorra períodos excessivamente estressantes ou traumáticos é possível que aconteça um prejuízo na formação do comportamento e aprendizado da criança”.
Em relação à saúde, a especialista alerta: a incidência de estresse pode trazer prejuízos para a saúde da criança, como: cefaleia, náuseas, distúrbios alimentares e de sono, predisposição para infecções e até prejudicar o desenvolvimento cognitivo.
Mas nem toda frustração é de todo mal. De acordo com a médica é importante que a criança vivencie pequenas insatisfações durante seu crescimento, para aprender a lidar com desafios. O que não pode ocorrer é o excesso, para evitar problemas na infância e consequências na vida adulta como hipertensão, doenças cardíacas e até depressão.
Mas como lidar com a criança que já está estressada?
“Os pais devem estar atentos às mudanças comportamentais da criança como introversão, insegurança, agressividade e desanimo para entender se algo pontual está frustrando o seu filho ou se a rotina dele está desgastante. Caso perceba que os sintomas estão persistindo por mais tempo do que o de costume, é importante entender quais são os fatores estressantes e evita-los. Além de dar apoio e afeto para que a criança entenda que a criança sinta-se mais segura. Ainda é imprescindível buscar ajuda médica e psicológica para minimizar os sintomas do pequeno, explica a especialista”.