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ImprimirNo Novembro Azul, mês que marca a importância da prevenção ao câncer de próstata, uma pesquisa revela que os homens vão quatro vezes menos ao médico do que as mulheres. Segundo os dados do dr.consulta, a cada quatro consultas ginecológicas, apenas uma é feita pelos pacientes masculinos no urologista.
Os pacientes da rede afirmaram que, normalmente, só buscam atendimento quando têm alguma queixa específica e não por prevenção. Isso é preocupante uma vez que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) alerta que o câncer de próstata é o que mais mata homens no Brasil, sendo a causa de quase 30% dos óbitos masculinos. A alta taxa de mortalidade reforça ainda mais a necessidade desse cuidado.
Para o urologista Felipe Goulart, ainda existem muitos tabus que cercam a questão do autocuidado masculino e, principalmente, ao temido “exame de toque”. Apesar disso, o especialista diz que ao longo dos anos esse cenário está mudando aos poucos.
“Antigamente, por conta da menor divulgação e do preconceito, os homens buscavam atendimento mais tardio e, consequentemente, o diagnóstico acontecia quando os tumores já estavam mais avançados. Hoje, esse cenário mudou e a busca ativa se tornou mais comum em pacientes mais jovens, favorecendo o diagnóstico precoce”, pontua Goulart.
“A rotina ginecológica é algo cultural e historicamente mais aceito entre as mulheres, porém a população masculina vem mudando a mentalidade, buscando o urologista cada vez mais de forma natural, contribuindo para que muitas vidas sejam salvas”, reforçou o especialista.
Conforme os dados da base de dados do dr.consulta, a busca por especialistas de urologia representa apenas 19% do total de consultas realizadas ao longo dos últimos 12 meses. Os números estão em sintonia com uma avaliação do Ministério da Saúde, realizada no início de 2023, que revelou que menos 31% de toda a população masculina não tem costume de ir ao médico.
Por outro lado, o Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo indicou, em pesquisa divulgada neste ano, que 70% dos homens que buscam ajuda médica fizeram isso com a ajuda das mulheres ou filhos. Porém, na metade dos casos os pacientes chegaram ao consultório com doenças em estágio avançado.
Idade é o principal fator de risco
O especialista reforça que o envelhecimento é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata, já que a doença tem se mostrado mais prevalente a partir dos 45 anos de idade, com picos de diagnóstico dos 50 aos 69 anos.
Dos mais de 56 mil diagnósticos de câncer de próstata realizados em 2023 em pacientes do dr.consulta, 31,6% estão na faixa etária dos 61 aos 70 anos de idade e 28,4% entre 51 e 60 anos. A quantidade de diagnósticos diminui significativamente nos pacientes com menos de 40 anos.
Goulart comenta que há outros fatores de risco além da idade e reforça a recomendação de que os homens intensifiquem consultas médicas conforme envelhecem.
“A idade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata por conta do dano genético cumulativo ao longo dos anos e ocorrência de mutações que se tornam mais frequentes na terceira idade. Mas, além da idade, o histórico familiar de câncer tem papel primordial na doença. O tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação também podem contribuir em menor escala”, ressaltou o médico.