Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024
Comportamento
29/08/2023 06:50:00
Tabaco é responsável por 90% das mortes causadas pelo câncer de pulmão
Fumar também é um grande fator de risco para outros tipos de câncer, além de agravante para doenças cardiovasculares

NM/PCS

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Foto: © Shutterstock

A incidência de câncer tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, e o de pulmão está entre os mais prevalentes do mundo. Boa parte dos novos casos tem relação com o aumento do tabagismo e do uso de cigarros sem filtro e eletrônicos, que se tornaram populares nos últimos anos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano e é responsável por quase 90% das mortes causadas pelo câncer de pulmão. Segundo Raíssa Dantas, oncologista clínica do Hcor, apesar de esse tipo de câncer não ser o mais prevalente entre os tumores malignos, é o que tem maior taxa de mortalidade. “Mesmo com todo esse panorama, a procura pela cessação do tabagismo e aderência ao tratamento é muito baixa”, explica.

Ainda de acordo com a especialista, os pacientes com câncer de pulmão já chegam no consultório com a doença avançada, apresentando muitos sintomas respiratórios devido aos diversos males que o tabaco causa. “Os vaporizadores também trazem riscos sérios à saúde como os demais tipos de cigarro”, afirma Dra. Raíssa.

O tabagismo não é apenas fator de risco para câncer de pulmão, mas também para: bexiga, pâncreas, fígado, colo do útero, além de várias doenças cardiovasculares, como infarto, doenças trombogênicas e Acidente Vascular Cerebral (AVC). O tabaco, por ser a principal forma de desenvolvimento deste câncer, deve ser retirado completamente da vida do paciente. Quando o indivíduo não corta o hábito, o tratamento do câncer de pulmão pode ser ainda mais difícil.

Isso acontece porque quanto mais se fuma, mais danos são causados, e consequentemente, maiores são os efeitos colaterais. Os sintomas do câncer de pulmão são tosse, dor no peito, rouquidão, pneumonia ou sangramento pelas vias respiratórias, sendo os dois últimos apresentados mais frequentemente quando o tumor já está bem avançado.

“O ideal é que o paciente cesse o hábito. Para isso, usamos duas estratégias principais: a primeira depende mais do paciente, que deve definir uma data e parar de fumar, porém pode ser um caminho mais difícil. A segunda opção é procurar atendimento em unidades de saúde ou centros especializados que ajudem na redução gradual do tabaco e no controle de sintomas relacionados à ausência da nicotina”, aponta a médica.

Com as iniciativas, é possível diminuir a prevalência de fumantes e, consequentemente, a mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. Entretanto, a especialista reforça que nem sempre as mesmas técnicas serão utilizadas para todos os pacientes, já que os tratamentos para a cessação do tabagismo são individualizados e específicos para as necessidades do indivíduo.

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