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ImprimirO financiamento imobiliário que você fez há dez ou vinte anos pesa demais no bolso? Você pode tentar trocar sua dívida por uma mais barata em outro banco, com juros menores. A portabilidade do crédito pode ser sua aliada para reduzir as parcelas mensais ou encurtar o prazo de pagamento.
“Esse é um ótimo instrumento para reduzir a dívida, ainda que seja pouco provável encontrar taxas de juros menores no cenário atual”, recomenda a economista Ione Amorim, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Antes de pedir a portabilidade ao seu banco antigo, você ainda pode tentar negociar uma redução da taxa de juros. Se não houver negociação, procure outro banco, como recomenda Ione. A transação é feita entre as instituições.
Veja, a seguir, três passos para realizar a portabilidade do financiamento:
1. Compare todos os custos, não só os juros
Para avaliar se realmente vale a pena transferir o seu financiamento de banco e evitar uma burocracia desnecessária, é indispensável comparar outros custos além da taxa de juros, como observa Lúcio de Queiroz Delfino, diretor-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).
Verifique o Custo Efetivo Total, que inclui outras tarifas cobradas pelo banco para realizar o financiamento, como o seguro obrigatório por morte e invalidez, o seguro por danos físicos ao imóvel e a taxa de administração. Às vezes, mesmo com juros menores, o CET é maior em outro banco e a troca de instituição não compensa.
Se fizer a portabilidade do financiamento, você também terá um novo custo de registro do imóvel em cartório. “Esse custo varia conforme o estado, mas, em média, chega a 1% do valor do imóvel. É muito alto”, explica Delfino.
O novo banco não pode cobrar pela realização da portabilidade, como alerta a economista Ione Amorim, do Idec. Também é proibido fazer venda casada de serviços, ou seja, só aprovar a transferência do financiamento se você contratar seguros não obrigatórios, títulos de capitalização e outros produtos bancários.
2. Mantenha sua vida financeira em dia
Ao realizar a portabilidade, você terá que provar ao novo banco que tem condições financeiras de assumir a dívida, assim como no primeiro financiamento. Cada instituição tem as suas próprias condições para aprovar o crédito.
“Para o banco que assumirá o empréstimo, é como se você estivesse começando do zero. Ele não tem obrigação de aceitar a portabilidade”, explica Lúcio Delfino, da ABMH.
A instituição vai exigir comprovante de renda e nome limpo, sem contas vencidas, além do pagamento em dia das parcelas do financiamento no banco anterior. Ter um relacionamento prévio com o banco pode ajudar a conseguir a aprovação do crédito.
3. Solicite o saldo da dívida no banco antigo
Se você está decidido a fazer a portabilidade, precisa pedir ao banco antigo um documento, que vai incluir o saldo do financiamento que ainda falta pagar e o número do contrato, entre outras informações. Esse documento serve para que o novo banco possa quitar a dívida antecipadamente com a primeira instituição.
Quem vai fazer a quitação é o novo banco, e não você, e a instituição não pode cobrar nada por isso. O Banco Central só autoriza a cobrança de uma tarifa de cadastro para iniciar relacionamento com o banco. A antiga instituição é obrigada a acatar o seu pedido de portabilidade.
Se você encontrar qualquer dificuldade para transferir seu financiamento, pode pedir ajuda ao Banco Central, pelo telefone 0800 979-2345. Essas mesmas regras valem para portabilidade de outras linhas de crédito, entre elas cartão de crédito, cheque especial, financiamento de veículo, crédito pessoal e crédito consignado.