Sheila Forato
ImprimirÉ impossível ler o relato de Rosiane Cassimiro da Silva e não se emocionar. Na manhã deste sábado (8) ela usou o Facebook para narrar o que aconteceu com seu filho, de apenas um ano, vítima de pneumonia.
A peregrinação da família começou no dia 29, véspera do aniversário do bebê. Rosiane conta que ele começou a ter febre e foi ministrado dipirona, mas ela ia e voltava. No dia seguinte, a mãe decidiu levar o filho ao Hospital Regional Álvaro Fontoura.
Segundo Rosiane o médico disse que não dava para saber o que era, mandou para casa e orientou a continuar com medicação para febre. Como a situação piorou ela voltou ao HR no dia seguinte, foi quando o plantonista levantou a suspeita de dengue, mas o exame de sangue não acusou a doença.
Consta no relato que nenhum dos médicos que atenderam o paciente pediram um raio-x dos pulmões. Alegavam que a o menino não estava gripado e que respirava bem. Novamente mãe e filho voltaram para casa, com a mesma orientação de controlar a febre.
No sábado (31) o quadro pirou muito, de acordo com a postagem da mãe. Ela decidiu levar o filho mais uma vez ao Hospital Regional. Novamente a família deixou o local com suspeita de dengue e ganhou até uma carteirinha para acompanhar a suspeita doença na rede pública. Mãe e filho deveriam voltar ao local dali 24 horas.
Antes de vencer o prazo, Rosiane viu o filho piorando e fez a quarta tentativa no HR de Coxim. A respiração do bebê já estava fraca e os batimentos cardíacos acelerados. Diante dessa situação preocupante, a plantonista teria acionado o pediatra, que perguntou do raio-x dos pulmões e recebeu a negativa.
Imediatamente o pediatra mandou fazer o exame, que constatou pneumonia em estado avançado. O bebê ficou internado, mas não melhorou. Conforme a mãe, na segunda-feira (2), decidiram transferir seu filho para Campo Grande. “Meu coração estava em pedações”, escreveu Rosiane.
Ela conta que o filho estava muito agitado, a equipe tinha dificuldades para manter o menino no oxigênio. Assim que a ambulância se aproximava de Jaraguari, a menos de 50 quilometros de Campo Grande, Rosiane percebeu que o bebê piorava. O veículo foi estacionado, a mãe tirada para fora e a equipe tentou reanimar a criança. Sem sucesso.
A mãe narra que de repente o médico saiu da ambulância e deu a pior notícia que ela poderia receber. Ele não resistiu a parada cardiorrespiratória. Ao final do desabafo, Rosiane pede que as pessoas que precisam do Hospital Regional de Coxim tenham cuidado.
“Algo precisa ser feito para que mais mães não passem pela dor que eu estou passando, não sei de onde tirar forças para continuar. Meu anjinho era lindo, perfeito e saudável e por pura irresponsabilidade de médicos eu o perdi”, finalizou uma mãe em prantos.
Na segunda-feira (10), o Edição MS vai pedir explicações à direção do Hospital Regional, assim como da secretaria de Saúde de Coxim.