A confeiteira I.R.M, de 61 anos, teve três gatos de estimação mortos nos últimos 15 dias e encontrou um pedaço de bacon com “chumbinho” na tarde desta terça-feira (21), jogado no quintal de sua residência, localizada na rua Treze de Maio no bairro São Judas Tadeu, em Coxim.
A idosa explicou a nossa reportagem que criava quatro gatos, destes dois já haviam sido encontrados mortos e ao voltar do hospital na tarde desta terça-feira encontrou o terceiro animal sem vida. Ao olhar pelo quintal a confeiteira encontrou um pequeno pedaço de bacon “recheado” com “chumbinho”, preso com um palito de dente. “Parece um tipo de espetinho preparado para envenenar os animais” disse ela.
Revoltada com a situação, ela procurou a Delegacia de Polícia Civil de Coxim e registrou o caso. De acordo com o S.I.G. (Serviço de Investigação Geral), os policiais já tem um suspeito que possa ter cometido os maus tratos e segue investigando o caso.
O “chumbinho”
O “chumbinho”, um produto comercializado ilegalmente e popularizado como raticida pela alta eficácia, potente letalidade e modo de ação rápido. Sólido, granulado e com coloração que varia do cinza ao preto, ele está no ranking das dez substâncias mais tóxicas do planeta.
A falta de esclarecimento à população e a falta de fiscalização faz com que seu uso seja feito em larga escala com vários propósitos, infelizmente também por pessoas que não gostam de cães e gatos e até em casos de suicídio o chumbinho é famoso.
Em animais domésticos e no ser humano, o veneno age no sistema nervoso central, sistema respiratório e no coração. Em no máximo 30 minutos é absorvido pelo organismo e provoca convulsões, coma e morte.
Existe tratamento, embora o mesmo nem sempre seja possível, dependendo da quantidade e tempo de exposição à toxina; e muitas vezes, mesmo seguindo toda a orientação médica, o chumbinho pode deixar sequelas.
No Brasil, envenenar um animal é considerado crime de “maus tratos”, enquadrado na Lei Federal 9.605/98 que trata dos Crimes Ambientais com pena detenção, de três meses a um ano, e multa. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Vale lembrar que fracionar os grãos e usar embalagens sem proteção ou sem informações técnicas também configura crime. A pena varia de dois a quatro anos de reclusão, além de multa.