Na era da tecnologia, em que os grandes fabricantes da diversão infantil inovam cada vez mais em tablets, smartphones, carrinhos controlados por Wi-Fi e até bonecos com inteligência artificial, um brinquedo simples batizado de “Ping Pong”, feito de pó de serra, papel, uma pedrinha e um pedaço de elástico está fazendo a cabeça da criançada coxinense. O aposentado Deoclécio Miguel Alves, de 69 anos, é o responsável por levar a diversão até as escolas em Coxim. Ele conta que a primeira vez que viu o brinquedo em Campo Grande a curiosidade falou mais alto e acabou comprando um só para desmanchar e saber o que tinha dentro. Com a curiosidade sanada, o aposentado resolveu deixar de lado a venda de brinquedos importados, que o obrigava a viajar pra fora da cidade, e passou a produzir em casa o “Ping Pong” para vender em frente de escolas e praças de Coxim. Nascido no Pernambuco e trabalhador por natureza, Alves conta que passou a fabricar o brinquedo para ocupar a cabeça e não se entregar ao comodismo da aposentadoria, ele só não contava que o simples brinquedo fosse ganhar a aprovação de tanta gente. “Não tem idade pra quem quer brincar, vendo para meninos, meninas, adolescentes, para adultos de todas as idades, e até para os idosos que se rendem a brincadeira de criança”, destacou Alves. A dona de casa Lediane Auxiliadora de Arruda, de 30 anos, não resistiu aos pedidos dos três filhos e comprou o brinquedo inclusive para a filha mais nova de apenas 5 anos. Pendurados em um suporte de ventilador, Alves percorre três escolas de Coxim vendendo o brinquedo até a hora que bate o sinal de entrada, “assim que toca o sino eu já não vendo mais nada pra não atrasar as crianças a entrarem para a sala de aula” explicou ele. Os pais que quiserem adquirir o “Ping Pong”, podem encontrar o vendedor na frente das escolas Padre Nunes, Marechal Rondon e Clarice Rondon, ou na praça do Senhor Divino fora do horário estudantil.