A proposta do Painel Mulher de Negócios: empreendedorismo feminino em pauta apresentou ontem (16) cinco casos de mulheres que se destacaram em seus negócios, mesmo quando tudo parecia contrário ao sucesso. Com cerca de 150 participantes, o auditório lotou e trouxe à tona aspectos relevantes que diferenciam as mulheres no mercado de trabalho.

A mediadora do Painel foi a diretora técnica do Sebrae/MS, Maristela França. Ela destacou alguns pontos importantes como a objetividade, o planejamento na tomada de decisões e a multifuncionalidade realizada com competência. Tais atitudes mostram a razão das mulheres representar mais da metade do empresariado estadual. Parte delas, segundo a mediadora, tem idade entre 40 e 60 anos.

"Queremos passar a crença da competência da mulher no mundo empresarial, político e institucional. Essas mulheres do painel trazem histórias e desejos que se identificam com a plateia. As mulheres evoluíram e deixaram a competitividade de lado, estão cooperando mais e se apresentando ao mundo com mais parcerias".

Para Maristela, a problemática dos gêneros mudou: hoje é uma relação de interdependências, se complementam em habilidades e atitudes que se somam, são diferentes, mas com objetivos convergentes. Essa mudança no contexto geral abriu espaço para a mulher que está ocupando de forma sábia e não está mais competindo com o homem. Eles estão entendendo esse avanço e, assim, o sexo masculino não está se sentindo ameaçado.

Mulheres do Painel

A empresária Deluze Morais da Fonseca, que começou com uma pequena loja de roupas, se qualificou, cresceu e investiu. Toda essa dedicação fez dela a presidente da Associação Comercial de Rio Verde. "Cresci muito com a ajuda do Sebrae e o Empretec foi fundamental no meu avanço como empresária", destaca Deluze.

Com 79 anos, Iva Pick, proprietária da loja Itaipu de São Gabriel do Oeste, contou para as participantes sua difícil trajetória longe da família, quando era recém-casada e sua persistência diante do machismo da época que tanto discriminava as mulheres. Para essa senhora, o grande ensinamento para as jovens empreendedoras é fazer o que gosta, fazer o que está em sua cabeça, pois mesmo que não dê certo, ganha-se em conhecimento.

Em um setor predominantemente masculino, Terezinha Candido que hoje é presidente do Sindicato Rural de Coxim e diretora da Famasul, falou de sua trajetória de educadora do Senar à diretora e representante de um sindicato, que antes nunca havia tido uma mulher em sua composição. "É preciso ter uma família muito compreensiva. O cenário não é favorável para mulher, é necessário ter opinião, por que o preconceito tem que estar na cabeça dos outros. Ser presidente do Sindicato Rural aconteceu, eu nunca pensei, mas deu certo e isso mostra que a mulher tem capacidade para estar em todos os setores".

Luciana Azambuja, advogada, empresária e subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Mato Grosso do Sul, também compôs o Painel e falou sobre as políticas públicas que hoje são voltadas para a mulher e afirma querer deixar um legado, principalmente no combate à violência contra a mulher. “Um grande passo para que a mulher saia dessa condição de violência é conquistando sua independência financeira.”

Com a ajuda das filhas, Vilma Gonçalves de Souza que já ganhou o prêmio destaque do ano, também conquistou o sucesso, porém, teve de adiá-lo algumas vezes para dar atenção à família. Através de trabalhos artesanais, se formalizou e cresceu. “Hoje é uma grande honra dizer às mulheres que é possível ser empreendedora e vencer.“