Nesta quarta-feira (6), uma cabeleireira de 35 anos, moradora de Coxim, recebeu ameaças através do aplicativo Messenger, após seu filho ser confundido nas redes sociais com um dos 'pitboys' flagrados espancando um jovem no dia 18 de setembro na saída de uma festa em Campo Grande.
De acordo com ela, o filho de apenas 13 anos, tem o mesmo nome e sobrenome de um dos suspeitos investigados pela tentativa de homicídio o que acabou gerando a confusão. Ela contou que dois homens lhe enviaram mensagem ameaçando seu filho, um deles chegou a insinuar que iria acertar contas com o garoto.
A cabeleireira disse que imediatamente explicou que o filho não tinha qualquer envolvimento com as agressões, já que ele é apenas uma criança e os investigados tem 19 e 21 anos, conforme divulgado pela polícia que investiga o caso. Ela disse que não procurou a polícia porque logo em seguida ambos lhe enviaram pedidos de desculpas pela confusão e entenderam que o garoto não tinha nada a ver com a tentativa de homicídio.
Outro fato preocupante para a mãe é que em um dos vídeos divulgados pelo Facebook, uma mulher chegou a marcar um perfil antigo do filho dela como sendo um dos envolvidos. “As marcações estão sendo feitas em um perfil antigo do qual meu filho perdeu a senha e não conseguimos desativar até o momento, mas estou tomando todas as medidas para fazer isso, além disso, para evitar mais confusões até mudamos o sobrenome dele no perfil atual” explicou ela.
Em busca de uma solução definitiva, a cabeleireira postou um apelo em seu Facebook marcando o perfil antigo do filho e esclarecendo que ele não tem qualquer envolvimento com o crime. Ela esclarece ainda que nenhum morador de Coxim com o mesmo sobrenome de sua família tem parentesco com o jovem investigado.
O caso
Dois jovens estão sendo investigados por tentativa de homicídio depois de espancarem um rapaz de 18 anos, com chutes e socos na cabeça, que teria urinado no carro de um deles na saída de uma festa, realizada na Vila Jacy, em Campo Grande.
O vídeo com as imagens do espancamento chegou até um policial no dia 20 de setembro, que identificou e localizou os 'pitboys', gíria usada para jovens normalmente fortes, praticantes de artes marciais, e que se envolvem em brigas.
O vídeo viralizou e foi compartilhado por diversas pessoas, não só em Mato Grosso do Sul, mas também, no Brasil, o que tem gerado uma onda de outros crimes como ameaças, difamação e injúria.
Os jovens envolvidos já foram ouvidos e o inquérito, aberto no dia 20 de outubro, tem prazo de 30 dias para ser concluído. Os agressores devem responder por tentativa de homicídio, crime que tem pena prevista de 6 a 20 anos.