Três trabalhadores da Toponorte Topografia e Conservadora, uma empresa terceirizada que presta serviço para a CCR MSVia, responsável pela duplicação da BR-163, procuraram a Delegacia de Polícia Civil de Coxim e o Edição de Notícias na tarde desta segunda-feira (19), para denunciar supostas condições degradantes de trabalho a que foram submetidos.
O motorista Vagner Gomes da Silva, de 32 anos, e os operadores de motosserra Cassimiro Caetano da Silva, de 57 anos, e Lucio Ferreira, de 55 anos, moradores de Bandeirantes, relataram que no dia 5 de janeiro foram contratados pela Toponorte Topografia e Conservadora para exercer suas profissões nas obras da rodovia na região norte, porém foram submetidos a situações desumanas de trabalho e de alojamento.
De acordo com eles, assim que chegaram os operadores de motosserra tiveram que pernoitar em um barracão onde funcionava uma funilaria e passaram dois dias sem receber comida.
Quando finalmente foram levados para o alojamento, uma casa localizada na rua João Ferreira na Vila São Paulo em Coxim, os trabalhadores tiveram que dormir em colchões no chão, ao lado de maquinários, combustíveis, sem ventilador e expostos a mosquitos e insetos. Segundo eles, aproximadamente 20 homens dividem o banheiro da casa e convivem diariamente com o mau cheiro e a sujeira do local. A situação do alojamento foi registrada por um deles, que enviou as fotos para nossa reportagem.
Um dos trabalhadores contou que os funcionários saem do alojamento por volta das 6 horas, são levados para o trecho em um ônibus, que também transporta foices, machados, enxadas, combustíveis e marmitas, e trabalhavam aproximadamente 10 horas por dia sem adicional de hora extra.
Outra queixa dos trabalhadores é que eles foram contratados para suas determinadas profissões, mas no canteiro de obras foram obrigados a exercer outras funções como, por exemplo, limpar bueiros e valetas da rodovia sem equipamentos adequados de segurança.
Impedidos de voltar pra casa por falta de dinheiro, os três conseguiram entrar em contato com o presidente do MDC (Movimento do Direito do Consumidor) em Bandeirantes, Ezequiel Pero de Moura, que veio até Coxim e resgatou os trabalhadores.
Indignados com a situação, eles procuraram a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Coxim para registrar um boletim de ocorrência e vão denunciar o caso ao MPT (Ministério Público do Trabalho), em Campo Grande.
Na manhã desta terça-feira (20), nossa reportagem entrou em contato por telefone com a Toponorte Topografia e Conservadora, com sede em Sonora, que nos informou que até o momento não foi notificada sobre o caso.