A greve da Polícia Militar na Bahia perdeu força na sexta-feira, mas \n os visitantes ainda não haviam voltado aos pontos turísticos mais \n tradicionais de Salvador, como o Pelourinho e o Farol da Barra. \n \n \n "Isso aqui era para estar cheio de gente agora. Assim está parecendo \n (o movimento dos dias) depois que o acaba o Carnaval", reclamou o \n vendedor de caldo de cana Edmundo de Jesus, que trabalha no Farol da \n Barra. \n \n O local é uma importante atração turística de Salvador e ponto de partida de um dos circuitos de blocos da cidade. \n \n As estruturas de metal e madeira em que serão instalados os camarotes\n estão em plena montagem, mas os turistas que normalmente já estariam \n por aqui com a proximidade do Carnaval ainda não chegaram. \n \n "Essa greve atrapalhou muito. Caiu 90% o nosso movimento aqui", disse o vendedor de óculos escuros José Raimundo. \n \n Mas o ambulante disse que está confiante de que tudo vai estar em \n ordem para o Carnaval. "Tem que estar. É importante demais isso para a \n gente, os policiais sabem." \n \n Assembleia realizada na tarde de sexta manteve a paralisação dos \n policiais baianos, mas, no mesmo dia, o comandante da PM do Estado, \n coronel Alfredo Castro, disse que cortará o ponto dos policiais que \n prosseguirem a greve - ou seja, o comando deixará de entender as faltas \n como adesão ao movimento grevista. \n \n Segundo ele, 85% dos policiais da região metropolitana de Salvador já voltaram ao trabalho. \n \n Uma nova assembleia deverá rediscutir a continuidade da greve neste sábado. \n \n Abadás \n \n Ao mesmo tempo, o presidente da regional baiana da Associação \n Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Pedro Galvão, disse que a \n tendência de cancelamentos de reservas e de queda na vendas de abadás - \n observada nos momentos mais tensos da greve - já estão se revertendo. \n \n "Temos notícias de que as vendas de abadás pela internet já estão \n sendo retomadas e tenho certeza que vamos reverter essas reservas que \n foram canceladas", disse. \n \n Entre os pouco turistas passeando e fotografando o Farol da Barra \n estava o casal paulista Vanessa Andrade e Pedro Alberto, que chegou na \n quinta-feira para três dias em Salvador e vai embora amanhã. \n \n "Nem vamos ficar para o Carnaval. Viemos ver a greve", brincou Vanessa. \n \n O casal admite que a falta de policiamento nas ruas gerou um clima de\n insegurança e "um pouco de medo", mas os dois dizem que, de longe, \n tinham a impressão de uma situação bem pior do que aquela que \n encontraram. \n \n "A mídia sempre aumenta", disse Pedro Alberto. \n \n Movimento "fraquíssimo" \n \n A família do gaúcho Rodrigo Cegalla quase desistiu do plano de vir a \n Salvador por causa da greve. Eles estão passando as férias em um resort \n ao norte da cidade, mas já pretendiam ter vindo visitar a capital antes.\n Com a paralisação dos policiais, só no ultimo dia das férias tomaram \n coragem para conhecer o Pelourinho. \n \n "Com o Exército na rua acho que me senti até mais seguro do que se \n fosse a polícia. Vamos dizer a nossos amigos que, com medo, ficaram no \n resort que eles perderam uma grande oportunidade", disse o gaúcho. \n \n Mas são ainda são relativamente poucos os turistas no centro \n histórico de Salvador. A baiana de acarajé Alaíde - que tem sua banca de\n comidas típicas no Pelourinho - classificou o movimento de \n "fraquíssimo". \n \n "Quando está bom chego a vender R$ 200 e hoje (sexta-feira) não cheguei nem a R$ 20", contou. \n \n A baiana diz que fica feliz com as indicações de que a greve está no \n fim, mas cobra do governo mais policiamento na periferia de Salvador. \n \n "Aqui no Pelourinho, que é turístico, tinha polícia mesmo durante a \n greve. Agora lá nos bairros, mesmo sem greve não tem polícia pra a \n gente", reclama. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. \n \n \n