\n \n Com o barracão\n interditado pela Prefeitura desde a última quarta-feira (14), a escola de samba\n Igrejinha, uma das mais tradicionais de Campo Grande, corre o risco de não\n desfilar no Carnaval de 2013.\n \n As portas\n foram fechadas por causa de uma ação do Ministério Público Estadual, que obriga\n a entidade a se adequar em um projeto de impacto ambiental, no qual exige\n isolamento acústico no espaço físico onde a escola realiza os ensaios e outras\n atividades culturais.\n \n Por causa\n disso, a Igrejinha está proibida até mesmo de fazer apresentações em quaisquer\n eventos. “Ou a gente faz as adequações ou desfila no Carnaval do ano que vem.\n Mas de qualquer forma, como vamos levantar fundos para fazer qualquer um dos\n dois se não podemos realizar nada em nome da escola, que é de onde vinha a\n nossa verba?!”, pontua o presidente da escola de samba, Paulo Freixes.\n \n De acordo\n com Paulinho, a primeira denúncia feita no MPE contra a escola foi no início\n deste ano, no pré-carnaval da Igrejinha. “Um morador alegou que não limpamos o\n local depois da festa. Ele até anexou aos autos fotos da sujeira, mas foram\n registros feitos antes mesmo da estrutura de palco ser desmontado”, se defende.\n \n Mas na\n semana passada, a ação judicial que chegou para a escola foi por causa do barulho\n durante as atividades realizadas no barracão, localizado na rua 14 de Julho, no\n bairro São Francisco.\n \n “No dia 7 de\n novembro, a Polícia Militar chegou aqui no meio de um ensaio e mandou a gente\n parar tudo, daí que ficamos sabendo da ação. Daí o juiz deu 30 dias para a\n gente se adequar, mas em uma semana a Prefeitura já interditou e nos proibiu de\n abrir as portas”, conta Paulinho.\n \n Além dos\n ensaios da bateria, a Igrejinha também promove rodas de samba toda sexta-feira\n e oficinas de percussão às terças, quintas e aos sábados. “Tudo\n é de graça para a população, só lucramos no bar quando tem roda de samba”,\n afirma Paulinho.\n \n Para adequar\n o espaço da escola de acordo com o padrão do projeto de impacto ambiental, a\n escola terá que gastar, no mínimo, mais de R$ 800 mil, segundo Paulinho. “Só a\n estrutura acústica do teto é R$ 80 o metro quadrado, imagina forrar todo o\n barracão? Não temos fins lucrativos, tudo o que ganhamos é para fazer o\n Carnaval”, diz o presidente da escola.\n \n Ele ainda\n compara a situação na qual a Igrejinha está com a condição de outras escolas de\n samba. “Nunca ouvi dizer que outras escolas têm isolamento acústico, tem casas\n noturnas que não têm. Imagina se tivesse que colocar isso no sambódromo?”,\n observa Paulinho.\n \n Entre os\n carnavalescos da escola de samba, que tem quase 40 anos de história no Carnaval\n campo-grandense, o lamento é o mesmo. “Aqui é um espaço cultural também, a\n Igrejinha faz parte do contexto cultural da cidade, não pode ser tratada desta\n forma”, enfatiza o diretor da missão de frente da escola, Fernando Cruz.\n \n A reportagem\n do Campo\n Grande News entrou em contato com o promotor responsável pela\n ação, Alexandre Raslan, que disse falar sobre o caso na segunda-feira (19). Por\n causa do feriado, a assessoria de imprensa da Prefeitura também deve se\n manifestar no início da próxima semana.\n \n \n