Domingo, 8 de Junho de 2025
Economia
26/10/2013 10:11:28
Mudanças climáticas podem causar perdas de R$ 7,4 bilhões para agricultura, diz relatório
A agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21, divulgou ontem (25) o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), na segunda parte do primeiro relatório nacional.

Agência Brasil/LD

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A agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas \n mudanças climáticas ao longo do século 21, divulgou ontem (25) o Painel \n Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), na segunda parte do primeiro \n relatório nacional. De acordo com o estudo, o prejuízo do agronegócio \n com problemas climáticos pode chegar a R$ 7,4 bilhões em 2020 e R$ 14 \n bilhões em 2070. Até 2030, a produção de soja, por exemplo, pode ter \n perdas de até 24%.\n \n \t "É uma preocupação em termos de impacto financeiro e para a questão de \n segurança. A ideia é que esses relatórios possam sinalizar aos tomadores\n de decisão a importância de agir agora. O custo da inação, de não fazer\n nada, vai ser maior do que se a gente começar a se prevenir", defendeu \n Andrea Santos, secretária executiva do painel.\n \n \t O estudo prevê que as mudanças nos regimes de chuva e a elevação da \n temperatura média prejudique a agricultura principalmente em áreas \n secas, como o Nordeste, região em que a distribuição de chuvas pode cair\n até 50%, segundo o relatório. Um resultado desse processo seria a \n intensificação da pobreza e a migração para áreas urbanas, impactando a \n infraestrutura. Culturas como as do milho, do arroz, da mandioca, do \n feijão e do algodão seriam prejudicadas.\n \n \t Outra ameaça à segurança alimentar prevista pelo relatório é a \n diminuição do potencial pesqueiro do Brasil, que pode chegar a até 10% \n nos próximos 40 anos. Andrea explica que, com o aumento da temperatura \n da água e a mudança na salinidade, espécies podem buscar regiões mais \n frias, afetando toda a costa nacional. O estudo aponta ainda a elevação \n do nível do mar como outra possível vulnerabilidade das cidades \n litorâneas.\n \n \t "Além de inundações, esse aumento pode levar a colapsos no sistema de \n abastecimento e esgotamento, com o retorno de esgoto para as residências\n em um caso de transbordo dos sistemas de tratamento. Isso pode trazer \n prejuízos também para o lençol freático".\n \n \t Nas grandes cidades, os prejuízos estimados serão na mobilidade e na \n habitação, que podem sofrer com tempestades mais frequentes no Sul e no \n Sudeste. Já biomas como a Amazônia e a Caatinga correm riscos de ter \n queda de até 40% dos índices pluviométricos (chuvas), afetando a \n biodiversidade. A alta da temperatura também pode aumentar a incidência \n de doenças, como a dengue e a leishmaniose, e, combinada a maiores \n radiações de raios ultravioletas e emissões de gás carbônico, as \n lavouras podem sofrer com mais pragas e doenças causadas por fungos.\n \n \t O painel reúne 345 especialistas de universidades e institutos de \n pesquisa brasileiros e recebe o apoio do Ministério da Ciência, \n Tecnologia e Inovação e do Ministério do Meio Ambiente, além de outras \n entidades.
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