\n \n A\n Receita Federal diminuiu para 1% a previsão de crescimento real (descontada a\n inflação) da arrecadação neste ano. De acordo com a secretária adjunta do\n órgão, Zayda Manatta, a revisão das estimativas para o Orçamento-Geral da\n União, divulgada no início da semana, motivou a revisão para baixo das receitas\n do governo.\n \n Para\n que essa estimativa se realize, no entanto, a economia precisará crescer os 2%\n previstos pelo Ministério da Fazenda no Relatório de Receitas e Despesas,\n documento com avaliação sobre a execução do orçamento federal divulgada na\n última segunda-feira (20) . O próprio Banco Central, no último Relatório de\n Inflação, apresentado em setembro, projeta expansão de apenas 1,6% para a\n economia em 2012.\n \n “O\n governo não revisou os parâmetros [de crescimento do PIB] no decreto. A redução\n do ritmo de crescimento [das receitas federais] foi provocada unicamente pela\n incorporação do desempenho da arrecadação em setembro e outubro”, ressaltou\n Zayda.\n \n De\n janeiro a outubro, a arrecadação federal soma R$ 842,307 bilhões, alta de apenas\n 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a inflação pelo\n Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o crescimento real\n acumulado era bem maior: 7,32%.\n \n Na\n avaliação de Zayda, os números específicos de outubro indicam mudança nos\n fatores que têm impactado o caixa do governo. Em outubro, explicou ela, a queda\n real de 3,87% na arrecadação federal em relação ao mesmo mês do ano passado foi\n provocada mais por fatores externos do que pelo comportamento da economia.\n \n Segundo\n a secretária, receitas atípicas em outubro do ano passado, que não se repetiram\n neste ano, como Imposto de Renda sobre a venda de participações em empresas e\n sobre juros sobre capital próprio, provocaram uma diferença de R$ 2,024 bilhões\n na arrecadação. Além disso, as desonerações foram responsáveis pela perda de\n mais R$ 2,425 bilhões apenas no mês passado. “Se retirarmos esses dois fatores,\n a arrecadação em outubro teria apresentado crescimento real em torno de R$ 1\n bilhão”, disse.\n \n A\n secretária anunciou ainda que a Receita Federal deverá divulgar, nos próximos\n dias, a carga tributária de 2011, indicador que compara o volume da produção\n destinado ao pagamento de tributos. Tradicionalmente apresentada em agosto, a\n carga tributária do ano anterior atrasou porque, segundo Zayda, a Receita fez\n alguns aprimoramentos na metodologia.\n \n “Houve\n uma necessidade de tempo para obtermos dados qualificados sobre a arrecadação\n dos estados e dos municípios”, justificou a secretária adjunta. Ela explicou\n que a Receita também discutiu com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada\n (Ipea) e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre\n conceitos que definem as receitas vindas de prefeituras e governos estaduais.\n \n \n \n \n